Conhecimentos, atitudes e práticas de Cirurgiões-Dentistas de Anápolis-GO sobre a fitoterapia em odontologia

Abstract

ResumoIntrodução: Em um cenário de expansão das práticas integrativas e complementares em saúde no Brasil, são escassos os estudos relacionados ao uso da fitoterapia em Odontologia. Objetivo: Investigar os conhecimentos, atitudes e práticas do Cirurgião-Dentista sobre a fitoterapia na prática clínica. Material e método: Foi realizado um estudo transversal com um grupo de 105 Cirurgiões-Dentistas, no exercício clínico da Odontologia dos serviços público e privado, do município de Anápolis-GO (taxa de resposta de 52,5% dos 200 profissionais convidados), que responderam um questionário. Resultado: Cerca de 16% dos respondentes afirmaram que tiveram embasamento teórico acerca da fitoterapia e, destes, metade relatou ter tido este embasamento na Graduação. Embora mais da metade dos Cirurgiões-Dentistas (61,9%) tenha considerado viável a inserção dos fitoterápicos na prática clínica, poucos relataram prescrevê-los (12,4%) ou questionarem, durante a consulta, se os pacientes faziam uso de fitoterápicos (36,2%). Quanto à opinião sobre os fatores que dificultam a inserção dos fitoterápicos no âmbito da Odontologia, os mais citados foram o desconhecimento, a ausência de pesquisas e a falta de divulgação. Embora a maioria desconhecesse a legislação a respeito do tema, este conhecimento foi associado ao uso de fitoterapia na prática clínica (p<0,05). Conclusão: Os Cirurgiões-Dentistas do município pesquisado apresentaram deficiências no conhecimento, pouca utilização e atitudes favoráveis acerca do uso da fitoterapia na prática clínica, sendo necessária uma reorientação na formação acadêmica e profissional, para que haja suporte apropriado para a sua utilização.Descritores: Fitoterapia; odontologia; serviços de saúde; serviços de saúde bucal. AbstractIntroduction: Despite the expansion of complementary and integrative health practices in Brazil, there are few studies related to the use of phytotherapy in dentistry. Objective: To investigate the knowledge, attitudes and practices of dentists on phytotherapy in clinical practice. Material and method: A cross-sectional study was carried out with a group of 105 dentists working as clinicians in the public and private service in the city of Anápolis-GO (response rate = 52.5% of the 200 professionals invited) who answered a questionnaire. Result: About 16% of respondents said they had theoretical background about phytotherapy and half of them reported having had this subject during the undergraduate programe. Although more than half of dentists (61.9%) have considered that the insertion of phytotherapy in clinical practice is feasible, only a few reported prescribing them (12.4%), or questioning, during the consultation, if their patients were having phytotherapy (36.2%). Regarding the dentists' opinions regarding the factors that hinder the inclusion of phytotherapy in the dental practice, the most frequent were lack of knowledge, lack of research and lack of information. Most of them had no knowledge on the legislation regarding phytotherapy and this was associated with its use...

Susceptibility of cariogenic microorganisms to phytoconstituents

“…Many plant species, their extracts, and isolated phytochemicals have been investigated for antimicrobial action against oral microorganisms (Harris, 2002;Reis et al, 2014;Freires et al, 2015).…”

Práticas Integrativas E Complementares: Conhecimento E Credibilidade De Profissionais Do Serviço Público De Saúde

“…Propõe-se a realização de futuros estudos com essa finalidade. No entanto, as pesquisas encontradas na literatura científica geralmente analisam uma ou duas categorias (Reis et al, 2014;Salles e Schraiber, 2009;Prajapati et al, 2007;Teixeira, 2007). Entre os que afirmaram ter algum tipo de conhecimento (99,2%) sobre as práticas integrativas e complementares, 24 (20,3%) obtiveram embasamento por meio da leitura e/ou com a experiência familiar.…”

Utilização de fitoterápicos na Odontologia: revisão integrativa

“…Mesmo com a regulamentação do Ministério da Saúde e do próprio CFO, ao revisar a literatura, percebe-se que ainda existe uma resistência quanto à indicação e prescrição de fitoterápicos por alguns cirurgiões-dentistas, justificado na maioria das vezes por falta de conhecimento técnico dessa terapêutica (Gonçalves, Gonçalves Junior, Buffon, Negrelle & Albuquerque, 2018) e ausência de capacitação (Mattos, Camargo, Sousa & Zeni, 2018;Haraguchi, Sañudo, Rodrigues, Cervigni & Carlini, 2020), o que impacta diretamente no diálogo com o cliente, que na maioria das vezes faz o uso deste recurso, mas não comenta com o profissional sobre a prática, interferindo assim na relação dialética profissional-usuário quanto ao saber popular-científico da fitoterapia (Fontenele, Sousa, Carvalho & Oliveira, 2013;Reis et al, 2014). Para Figueredo, Gurgel & Gurgel Junior (2014), a implantação desta prática é importante tanto por tratar-se de outra modalidade de terapia, quanto por propiciar a participação popular, acessibilidade e por resgatar conhecimento popular.…”

“…Atualmente, o uso de fitoterápicos não tem se limitando apenas ao saber popular. Por meio de um melhor conhecimento científico,tem sido considerada a possibilidade de sua implantação à prática na assistência à saúde, inclusive pelos cirurgiões-dentistas (Reis et al, 2014).…”