Confiança, atitudes, informação: um estudo sobre a percepção da pandemia de COVID-19 em 12 cidades brasileiras

Abstract

Resumo Neste estudo, analisamos a percepção de brasileiros e brasileiras sobre a COVID-19 em 12 cidades do país. Foram abordadas questões sobre a gravidade e os perigos da doença, fontes de informações e confiabilidade, checagem de informações, atitudes, precauções e prioridades para o enfrentamento e relações de confiança na ciência. Este estudo foi realizado no contexto de uma pesquisa mais ampla sobre como brasileiros e brasileiras veem a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A survey foi aplicada no período de 18 de maio e 10 de junho de 2020 com 1.643 moradores com mais de 16 anos nas cidades brasileiras em que a Fiocruz possui unidade ou escritório técnico. Os resultados revelam que boa parte dos entrevistados reconhece a gravidade da pandemia, a importância de se informar corretamente, considera as medidas indicadas por autoridades de saúde válidas e confia em cientistas e instituições científicas como fontes de informação. Com o senso de urgência e a potencialização e vivência das incertezas acerca do presente e do futuro, o fortalecimento da confiança nas instituições se faz presente.

A contribuição da telemedicina na desmistificação de notícias falsas no combate ao Coronavírus

“…A comunicação de risco propõe a troca de informações e recomendações entre líderes comunitários, colaboradores, especialistas e a população que se encontra em risco, a fim de proporcionar às autoridades a escuta qualificada da coletividade e a resposta oportuna às demandas encontradas (MASSARANI et al, 2021). Tal prática, historicamente adotada em situações de crise, encontra na pandemia de COVID-19 um desafio complexo, pois foi a primeira grande crise sanitária a ocorrer em tempos de uso extenso de tecnologias de informação e comunicação (LOPES et al, 2021;HARAKI, 2021).…”

“…A infodemiologia é entendida como a prática da pesquisa on-line com o intuito de obter informações sobre saúde pública ou políticas públicas, seja para informar o próprio pesquisador ou a população em geral. No entanto, o uso em larga escala de inúmeras redes sociais pode levar tópicos de suma importância a serem pesquisados e compartilhados em plataformas originalmente criadas para outros propósitos, não possuindo, dessa maneira, compromisso com a disseminação de informações comprovadamente verdadeiras (MASSARANI et al, 2021;MATOS, 2020). Essa difusão excessiva de notícias pouco confiáveis e, muitas vezes, falsas, chamada de infodemia, pode contribuir indiretamente com o aumento de casos do novo vírus e, até mesmo, estimular ataques a certos grupos populacionais (HARAKI, 2021;SILVA et al, 2021).…”

“…Identificado como o um novo tipo de coronavírus, o SARS-CoV-2, causador da COVID-19 e de numerosos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), propagou-se pelo mundo em poucas semanas, levando muitos ao adoecimento e/ou ao óbito. Desse modo, sendo considerado pela OMS uma pandemia em março de 2020 (MASSARANI et al, 2021).…”

UNIDADES HEMOTERÁPICAS E HEMOCENTROS DO SUL DE MINAS GERAIS: Impactos da pandemia da Covid-19 nos estoques de bolsas de sangue e gestão dos serviços

“…Para superar a pandemia, torna-se essencial a participação da população, através das orientações da OMS e de autoridades sanitárias locais sobre distanciamento social, uso de máscaras e sobre a vacinação (MASSARANI et al, 2021).…”