“…Presente especialmente no romance realista, por esta nova hermenêutica a literatura passava a ser investida da capacidade de revelar os elementos constituintes de uma sociedade, a partir da decifração de detalhes aparentemente mudos e superficiais do cotidiano (RANCIÈRE, 2007, p. 24, 25-31;RANCIÈRE, 2014, p 07-36). Some-se a esse reconhecimento de uma capacidade especial de desvelar o social, o forte apelo de público que o romance conquistou e compreendem-se alguns motivos de o gênero ter sido mobilizado para os embates a respeito da escravidão, inclusive no Brasil, onde circulou cada vez mais a partir do fim da censura prévia, em 1821, incentivado por um comércio livreiro transnacional (ABREU, 2013).…”