Comportamento reológico e nomenclatura dos alimentos utilizados por fonoaudiólogos de serviços de disfagia

Abstract

OBJETIVO: estudar o comportamento reológico e a forma de classificação e nomeação das diferentes preparações utilizadas nas intervenções com pacientes disfágicos, realizada por fonoaudiólogos do estado de São Paulo, tendo como referência a proposta australiana de padronização da nomenclatura. MÉTODO: estudo quantitativo descritivo e qualitativo. Os dados foram coletados por meio da aplicação de questionários semi-estruturados com fonoaudiólogos de serviços de disfagia no estado de São Paulo. Os fonoaudiólogos relataram os alimentos utilizados em sua prática por meio de exemplos de preparações bem como exemplos comerciais. Os profissionais classificaram os alimentos em diferentes níveis e relataram a nomenclatura utilizada para cada nível. A viscosidade das preparações foi medida em viscosímetro e agrupadas de acordo com os valores obtidos. Em seguida foram classificados de acordo a proposta australiana de unificação da nomenclatura. RESULTADOS: foram analisados 18 questionários. Os profissionais utilizaram alimentos de comportamento reológico próximo em sua prática. Os fonoaudiólogos apresentaram, em sua maioria, 06 formas de agrupamento dos alimentos baseados em suas características reológicas, principalmente a viscosidade. Foram apontados 33 termos para nomear 07 classes de alimentos segundo a proposta australiana. Os principais termos foram: líquido, pastoso e sólido, seguidos de graduações e especificações. CONCLUSÃO: fonoaudiólogos de diferentes serviços de atenção em disfagia utilizam diferentes terminologias para designar a mesma preparação no estado de São Paulo. São necessários maiores estudos para que se possa estabelecer uma nomenclatura unificada no Brasil.

Fonoaudiologia e nutrição em ambiente hospitalar: análise de terminologia de classificação das consistências alimentares

“…Literature points out that the lack of a standardized terminology can result in a wrong interpretation of medical reports and prescriptions of food consistencies that, in turn, may put at risk not only the patients' habilitation/rehabilitation process but also their lives (10) . Aspiration risk and death were mentioned by other authors as a consequence of incidents caused by confusion in the consistency of the provided diet (3) .…”

“…Aspiration risk and death were mentioned by other authors as a consequence of incidents caused by confusion in the consistency of the provided diet (3) . A strategy adopted by some speech-language pathologists to avoid misunderstandings in diet prescriptions is describing not only the indicated consistency but also the appropriate food for patients (10) . It is worth emphasizing that speech-language pathologists mentioned less complications (n=10) than nutritionists (n=16) -out of the 18 possible complications, more than half of them (n=10) was not mentioned in both the categories, eight were only by nutritionists, and two only by speech-language pathologists.…”

“…A bibliographic review about the different diet classifications found the existence of variations from two to five categories for solid and semisolid food and from one to six liquid categories (5) . Sordi et al (10) emphasized that professionals have the tendency of using two designation strategies. One of them presents a main term, such as liquid, followed by graduations such as thin and thick, among others.…”

“…Another strategy compares the foods under analysis with others of general knowledge, such as honey and pudding. According to the authors, designation based on the comparison of food with others of general knowledge is presented as a strategy of easy understanding in the moment of diet guidance and facilitates the visualization of possible similar foods, which helps the process of caregivers' orientation, insofar the professional may refer to routine foods (10) . In the phases regarding the suggestion of terminology to classify the food textures and foods with no theoretical direction, it was seen the mention to a huge variety of terms, which, in the last case, required the authors to divide the terms into groups so that the statistical analysis could be carried out.…”

“…The use of four categories for liquid food (normal/thin, thicker liquid, nectar/honey, and paste/creamy) and two categories for solid food (solid and soft solid or purée) was found in Brazil (1) . In practice, there is still a lack of agreement, and each health service uses its own definitions (10) . Given the importance of food texture adequacy provided to patients cared at hospitals, especially those with difficulties to perform a proper swallowing, there must be a harmonious communication among professionals in charge of providing patients with an appropriate diet, mainly between speech-language pathologists and nutritionists.…”