Complicações da via subcutânea na infusão de medicamentos e soluções em cuidados paliativos

Abstract

Objetivo: caracterizar as complicações associadas ao uso da via subcutânea na infusão de medicamentos e soluções em cuidados paliativos. Métodos: estudo observacional, prospectivo, realizado na Unidade de Cuidados Paliativos de um hospital geral de ensino. Resultados: foram avaliados 78 pacientes em cuidados paliativos, nos quais foram realizadas 254 punções na via subcutânea para infusão de medicamentos e/ou soluções. A maioria era idosa (87,3%) e encontrava-se desnutrida (69,2%). Em 33,0%, a via foi indicada para controle de sintomas e, em 50,0%, a punção ocorreu na região anterolateral da coxa; 65,4% das punções não mostraram complicação. Dentre as complicações identificadas, 9,4% foram edema e 9,1% hiperemia, sendo que 53,8% delas ocorreram na região deltoidea. A celulite ocorreu em apenas 3,5%. Conclusão: a infusão de soluções pode ser considerada uma alternativa segura, a qual apresenta risco de complicações em sua maioria facilmente reversíveis e com baixo potencial de ocasionar danos aos pacientes.

Knowledge about the use of potentially dangerous drugs among hospital health care nurses

“…Ademais, o gradativo aumento da atuação de enfermeiros na assistência em cuidados paliativos a pacientes com câncer e outras doenças crônicas, relacionadas principalmente ao envelhecimento, tem demonstrado a importância do conhecimento e da prática de procedimentos, como a hipodermóclise para administração de medicamentos, em virtude da via subcutânea estar sendo bem suportada por esses pacientes. No entanto, a utilização desta ação pode estar associada a complicações que, embora sejam em maioria facilmente reversíveis e com baixo potencial para causar danos, reforçam a relevância do cuidado com a administração de medicamentos por profissionais (19) .…”

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“…); hidratação (soro fisiológico e glicofisiológico); antieméticos (metoclopramida, ondasetrona, etc. ); antibióticos como o cefepime; dentre outros (Brasil, 2019;Gomes et al, 2019;Guedes et al, 2019;Coelho et al, 2020). Desse modo, os tipos de fármacos e suas peculiaridades a exemplo da dosagem, diluição, etc.…”

“…Na ausência da identificação de quaisquer complicações relacionadas ao local de inserção e/ou da HDC, o cateter pode ser mantido no mesmo sítio de punção por até cinco dias levando em consideração os protocolos institucionais (Guedes et al, 2019). Não há um consenso pré-estabelecido na literatura científica (inter)nacional com relação ao tempo exato de recomendação da troca do cateter e/ou do sítio de punção enquanto rotina institucional (JOHNSTONE, MUIER, RUSSELL, 2011;AZEVEDO, 2017;FERREIRA et al, 2019;D'ALESSANDRO et al, 2020).…”

“…Segundo Guedes et al, (2019), a HDC foi mencionada pela primeira vez na Itália, em 1865, pelo médico Arnaldo Catani, como uma alternativa a quadros de desidratação grave causada pela cólera. No ambiente hospitalar ganhou notoriedade no tratamento de quadros de desidratação (leve e moderada), pneumonias e febre tifoide a partir de 1903, sendo que, neste mesmo ano a técnica começou a ser utilizada ainda nos contextos neonatal e pediátrico.…”

“…Outrossim, na década de 1980, o uso da via SC na farmacoterapia foi sendo substituída gradativamente pela via Intravenosa (IV), decretando com isso um quase desaparecimento de uma técnica secular , para pelo menos duas gerações de profissionais de enfermagem (Guedes et al, 2019;Martins et al, 2020). Isso por que, mundialmente, a via IV estava sendo difundida e ganhando espaço, como via parenteral de primeira escolha no contexto hospitalar, justificado pelo advento da criação de novos medicamentos, protocolos terapêuticos, instrumentos assistenciais médico-hospitalares bem como o aprimoramento técnico-científico na formação de profissionais, com destaque especial para o enfermeiro e sua equipe como protagonistas na farmacoterapia no que tange ao preparo e administração de medicamentos pelas diferentes vias de administração (FUCHS; WANNMACHER, KREMPSER et al, 2017;GORSKI et al, 2021).…”