Como a comunidade internacional da medicina de precisão tem se posicionado diante dos desafios impostos pela pandemia da COVID-19?

Abstract

Medicina de precisão pode ser definida como um movimento de transformação da biomedicina contemporânea que orienta a atividade de pesquisa acadêmica, modelos de negócios e o desenvolvimento de produtos e serviços de saúde desenhados individualmente para o usuário, baseado em informações genéticas e outros marcadores biomédicos dos pacientes. Ao longo dos últimos anos, essa comunidade tem sido bastante atuante no cenário científico internacional. No entanto, durante a pandemia da COVID-19 ainda não ficou claro quais posicionamentos ou estratégias têm sido adotadas por esses grupos para o enfrentamento da crise sanitária. O objetivo deste artigo é compreender como a comunidade internacional da medicina de precisão está reagindo à pandemia da COVID-19, e em que estão baseadas as suas abordagens e potenciais soluções sugeridas para a mitigação dos efeitos negativos causados pelo aumento das infecções pelo novo coronavírus. Para tanto, foi feita pesquisa documental em 28 documentos provenientes de 18 fontes selecionadas, em que analisou-se as narrativas difundidas pelos profissionais da medicina de precisão em artigos científicos, editoriais, comentários, perspectivas, notícias de jornais e boletins e conferência virtual da Coalizão de Medicina Personalizada (PMC, em inglês). Com isso, buscou-se compreender como esses grupos imaginam uma nova configuração sociotécnica para o enfrentamento da pandemia e de seus efeitos.

The use of personalized medicine combined with artificial intelligence to monitor people with Covid-19

“…Precision medicine can be defined as a research approach to the development of products and services individually designed for the user, based on genetic information and other biomedical data from patients. Such approaches are capable of producing more accurate diagnoses of certain genetic diseases (or the propensity to develop them), new inputs and medicines, and systems for monitoring and managing environmental and lifestyle data to prevent, monitor or treat patients (DA SILVA; IRIART, 2021).…”

Rethinking approaches of science, technology, and innovation in healthcare during the COVID-19 pandemic: the challenge of translating knowledge infrastructures to public needs

“…However, since knowledge is a human entrepreneurship that is not played in a political vacuum-that is, it results from choices about what research to undertake, and what research to leave undone [6]-it is particularly relevant to ask why this technical and political infrastructure has not been properly used by public health providers as a viable knowledge platform to reduce the negative impacts of the pandemic. Recent work has shown that the international PM community did not respond to the COVID-19 pandemic with practical solutions or clear political positioning in favour of national public health policies [7]. Thus, the recent impact of ST&I infrastructures on public health in general, and of PM infrastructures on the COVID-19 outbreak responses specifically, has not yet been determined, and it is clear that its potential should be explored through systematic multidisciplinary research as a tool of preparedness for future emergencies and better use of ST&I resources and capacity.…”