Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante: vivência dos enfermeiros

Abstract

Objetivo: compreender as vivências de enfermeiros da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) em uma instituição hospitalar privada da Zona da Mata Mineira. Método: estudo descritivo, qualitativo, realizado com 11 enfermeiros, por meio de entrevista semiestruturada realizada entre julho e dezembro de 2017. A análise de conteúdo foi utilizada como referencial metodológico para o estudo dos depoimentos. Resultados: dos 11 participantes, 72% eram mulheres e 28% homens, com média de idade de 35 anos. Quanto à raça, oito se autodeclararam brancos e três, negros. O tempo de trabalho na comissão variou de dois meses a seis anos, com média de dois anos e sete meses. A partir da análise de conteúdo dos depoimentos, emergiram três categorias: o ser enfermeiro da comissão; abordagem familiar e treinamento e capacitação. Conclusão: o estudo demonstrou que a vivência na comissão é permeada por fragilidades e que a identificação delas propicia o desenvolvimento de estratégias para aprimoramento do processo nas instituições.

Fatores potencializadores e limitadores na identificação e manutenção do potencial doador de órgãos

“…O despreparo técnico e emocional para lidar com a situação da ME das equipes é apontada por estudos (Carvalho et al, 2019;Cesar et al, 2019;Araujo & Massarollo, 2014;Freire et al, 2014Freire et al, , 2012A. L. P. Magalhães et al, 2018;Moraes et al, 2014;T. R. Silva et al, 2018;Vesco et al, 2016).…”

“…Um dos empecilhos elencados pela equipe de enfermagem na assistência aos potenciais doadores é a falta de conhecimento associada ao despreparo da equipe (Freire et al, 2014). Assim como, a ausência ou o não uso de protocolos ou guidelines dificulta uma assistência uniforme e segura (Freire et al, 2014;T. R. Silva et al, 2018).…”

Atuação do enfermeiro na doação e transplante de órgãos: revisão integrativa de literatura

“…Os dados foram analisados e agrupados em duas categorias, as quais serão apresentadas a seguir: Enfermeiro como o articulador no processo de doação e transplante Essa categoria representa o papel do enfermeiro no envolvimento com os demais membros da equipe tentando agilizar, coordenar e tornar esse processo o mais seguro possível diante de sua complexidade.Nesta categoria, compreende-se a responsabilidade deste profissional enquanto gestor e supervisor de etapas importantes que podem agilizar o processo e assegurar segurança, em especial na busca ativa do potencial doador. Em cinco (100%) artigos a busca ativa destacou-se como umas das principais funções deste profissional atuante no processo de transplante, a qual é realizada nas unidades de pacientes críticos do hospital para a identificação do potencial doador[12][13][14][15][16] .Ainda, foi verificado em todos os artigos incluídos na revisão que esses profissionais têm como papel a articulação e o gerenciamento da entrevista familiar para doação de órgãos e tecidos. Essa atividade foi apontada pelos estudos como sendo uma das mais importantes e difíceis deste processo.…”

“…Essa atividade foi apontada pelos estudos como sendo uma das mais importantes e difíceis deste processo. Salienta-se que os estudos apontam que nesta etapa o enfermeiro atua como articulador entre família, equipe e rede de apoio[12][13][14][15][16] . Dois artigos (50%) apontam o desenvolvimento de atividades educativas junto a equipe de saúde e sociedade, onde são realizadas palestras, cursos, orientações e ações voltadas para a capacitação e a educação continuada de profissionais da saúde13,14 .…”

“…Dois artigos (50%) apontam o desenvolvimento de atividades educativas junto a equipe de saúde e sociedade, onde são realizadas palestras, cursos, orientações e ações voltadas para a capacitação e a educação continuada de profissionais da saúde13,14 . Dois (50%) estudos, acrescentam que este profissional é o elo entre a equipe assistencial, a família e as equipes da central de transplantes, sendo considerado o profissional de referência e indispensável em todas as etapas deste processo por sua capacidade de gerenciar, articular e coordenar de maneira rápida, efetiva e segura todo o processo14,15 . Responsabilidades do enfermeiro com a gestão do cuidado no processo de doação e transplante Nesta categoria, busca-se referenciar o papel do enfermeiro enquanto membro efetivo na gestão do cuidado de maneira direta e indireta tanto em questões administrativas como assistenciais entre CET, OPO e CIHDOTT.…”