<p>A partir de questões iniciais comuns aos profissionais da educação pública no Brasil, procuramos neste artigo refletir sobre o lugar do Ensino de História na construção de uma Educação Popular e transformadora, atenta para o debate atual sobre o ensino das relações étnico-raciais, da África e da cultura afro-brasileira. Apontamos aqui para a necessidade de questionar um ensino com pressupostos eurocêntricos colonizadores, porém, compreendendo este questionamento como parte de um processo longo em que se cruzam as experiências e teorias sobre a pedagogia crítica, a Educação Popular e a questão racial. Desta forma, nos situamos enquanto profissionais que não apenas percebem nos debates acadêmicos os caminhos de amadurecimento destas questões, mas que vivenciam seus conflitos, contradições e urgências na realidade das redes de educação pública do Rio de Janeiro. É a partir daí, que se justifica uma primeira abordagem sobre os sentidos e objetivos de construção do currículo, especialmente em História. Este debate não pode deixar de abordar contemporaneamente as discussões sobre o papel estruturante do racismo em nossas relações sociais. No Brasil, tais discussões, acreditamos, converge para os objetivos históricos de construção de pedagogias críticas, populares e transformadoras.</p>