Clinique de la dynamique violente conjugale et de la répétition traumatique

Abstract

Les auteurs s’intéressent ici à la violence au sein du couple au regard des dimensions de dynamique et de crise conjugales. À l’appui de deux cas cliniques, ils montrent en quoi la violence conjugale doit être pensée dans une perspective dynamique articulant trajectoire de vie, modalités du fonctionnement psychique, construction, expérience et mouvement de la relation conjugale. Plus précisément, les auteurs discutent l’hypothèse de la répétition de la violence comme tentative d’élaborer le trauma et la mise en échec des fonctions contenante et de pare-excitation de l’enveloppe psychique du couple. Ils concluent sur les enjeux du travail clinique auprès du couple auteur/victime de violences conjugales.

“Infeliz(es) para sempre”: narrativas de mulheres sobre violência conjugal

“…Algumas participantes, quando relataram sobre suas histórias de vida, de fato trouxeram narrativas permeadas pelo desamparo: Bethânia, por exemplo, falou sobre ter sido criada por outras pessoas que não os seus pais; Cássia apresentou a fala "minha mãe ferrou comigo", dentre outras. Sabemos também que, em outros estudos dedicados a mulheres em violência conjugal, foram igualmente identificadas histórias de infância marcadas por privações (Ferreira & Danziato, 2019;Harrati et al, 2018;Lima & Werlang, 2011).…”

“…Seria possível, a partir daí, tal como destacam Harrati et al (2018), entender que a mulher, que teve para si um casal parental incapaz de cuidados, tende a investir em sua própria conjugalidade com dificuldades de individuação? Segundo esse raciocínio, a dificuldade da mulher em se separar teria a ver com o seu receio de ter atualizado o sentimento de desamparo infantil, com a dependência ao cônjuge sendo assimilada como proteção, indo ao encontro de nosso imaginário social patriarcal, que concebe que uma mulher nunca está melhor sozinha (Penna, 2018).…”