No presente artigo, analisarei como os jornais cariocas Correio da Manhã e Jornal do Brasil e o jornal baiano O Imparcial construíram discursos de valorização de seus lugares de origem, a partir da exaltação das produções sambistas cariocas e baianas, entre os anos 30 e 40 do século XX. Com base na análise do discurso, de Van Dijk (2008), e empregando os autores da teoria das identidades Woodward (2009) e Moura (2001), observou-se que, de um lado, o centralismo cultural da capital fluminense esboçou-se na valorização do “samba carioca”, inventando um Rio de Janeiro brilhante, moderno e, frequentemente, confundido com o bojo do projeto nacionalista brasileiro. Por outro lado, no discurso do jornal baiano, pintou-se uma Bahia ciosa de mostrar o seu valor cultural, evidenciando os artistas nativos que, na capital, fizeram sucesso e exaltaram as qualidades de sua terra, buscando fazer reconhecer as suas características identitárias.