“…(SANTOS, 2002) Além das instituições públicas mais comuns, uma instituição que cumpriu igual função para o império brasileiro em seu projeto de consolidação de uma nação foi o Museu Real, atual Museu Nacional, não somente pelo contexto histórico da construção do Museu, mas pelo processo de mudança, ao longo do tempo, da concepção de "Museu" em todo o mundo; e pelo particular significado de um Museu do século XIX no Brasil, os quais partilhavam da prática da conceptualização de um mundo civilizado e em ascensão por ser uma instituição científica chave. (LOPES e MURRIELLO, 2005) A proposta desse artigo é demonstrar, com base em uma bibliografia correspondente, o processo de mudança das concepções sobre colecionismo e museu ao longo dos séculos, assim como o significado e a importância do cientificismo para a Europa e para o Brasil em pleno século da Segunda Revolução Industrial (ALMEIDA, 2001;LEITE, 2011;LOPES e MURRIELLO, 2005;SANTOS, 2000SANTOS, e 2002SCHWARCZ e DANTAS, 2008;SOUZA, 2009;TRIGGER, 2004). Autoras como Lilia Mortiz Schwarcz e Regina Dantas defendem que a prática do colecionismo da monarquia brasileira se resumia a duas hipóteses: uma questão de alteridade, a qual definiria "o outro" -aquelas sociedades as quais estavam sendo postas, perpassando outros significados e valores, dentro de um espaço museal como mera exposição e declaração de finitude -e o "eu"; e, por outro lado, tal prática poderia sinalizar a vontade ocidental de se possuir vestígios de todos os estágios civilizacionais para preservá-los.…”