O presente artigo apresenta uma extensão empírica de uma pesquisa que explorou os dados relativos às autorias indígenas em periódicos científicos no Plano Nacional do Livro Didático (PNLD – 2020 - 2024) e, adicionalmente, um estudo de caso em um instituto considerado como uma das escolas de maior pontuação em rankings de avaliação na região Sudeste brasileira. Portanto, decorre de análise quantitativa e qualitativa, partindo do pressuposto de que “a escrita de si indígena” é radicalmente múltipla e descentrada da noção de um indivíduo puramente humano, moderno e universalista. Em um segundo momento, nas análises qualitativas, investiga a geografia das citações e a influência das enunciações indígenas escolhendo, para tanto, algumas obras do PNLD e materiais didáticos que trouxeram elocuções ameríndias em maior repetição. No curso desta análise, serão discutidos temas minoritários e agendas muito evidenciadas nos últimos anos pela Lei 11.645/08, que tornou obrigatória a inserção dos estudos indígenas e africanos nas produções literárias. O reconhecimento de autorias indígenas nos mercados de citação geopolítico global, revela a existência de conhecimentos que passam a se erguer em direção de espaços antes nunca ocupados. Contudo, a partir dos resultados da pesquisa foi observado o esvaziamento dessas mesmas autorias em primeira pessoa em materiais didáticos e/ou periódicos científicos. O artigo trata, portanto, da interpelação dos materiais escolares/científicos em uma pesquisa que envereda pela escrita de si, pela economia das citações e, finalmente, pelos efeitos da diferença no âmbito escolar.