Objetivo: Avaliar mobilidade e limiar de dor nos músculos craniocervicais em indivíduos com cefaleia primária. Métodos: Tratou-se de estudo transversal e observacional, com abordagem quantitativa, realizado no setor de fisioterapia do Núcleo de Atenção Médica Integrada, da Universidade de Fortaleza, no período de abril a dezembro de 2021. Aplicou-se um questionário para coletar variáveis sociodemográficas e relacionados a cefaleia e os participantes foram submetidos a uma avaliação da amplitude de movimento cervical e limiar do ponto doloroso. Resultados: A amostra foi constituída por 70 participantes com idade média de 32,2 (± 14,4), variando de 20 a 76 anos, sendo 68,6% (n=48) do sexo feminino. A prevalência da cefaleia na população de estudo foi de 60% (n=42), sendo a cefaleia tipo tensional mais prevalente, representando 52,4% (n=22). Considerando as características das dores de cabeça, observou-se que 69% (n=29) sentem essa dor bilateralmente e 71,4% (n=30) relataram dor de intensidade moderada. No que se refere a dor no pescoço, 72,1% (n=40) relataram sentir e de intensidade moderada 55,1% (n=27). Ao compararmos a dor no pescoço, observou-se maior pontuação no grupo com cefaleia (p=,0001). Mas quando avaliamos amplitude de movimento cervical pela goniometria o valor de p não foi significativo comparado ao grupo sem cefaleia. Apesar de não haver uma diferença significativa entre os dois grupos, o limiar de ponto doloroso foi menor no grupo com cefaleia. Conclusão: Não foram encontradas diferenças significativas do grupo de pessoas com cefaleia com o grupo sem cefaleia, em relação as alterações na região cervical. Porém, ressalta-se que 88,1% dos participantes com cefaleia primária referiram dores na região cervical com intensidade de dor moderada mais destacada.