Em Livreiros do Novo Mundo, Jean-Jacques Bompard aborda a tradição mercantil livresca de alguns indivíduos do Município de Briançon, no sudoeste da França. No decorrer do livro, o autor esboça alguns detalhes geográficos, históricos e sociais dessa região dos Alpes franceses, muito próxima da divisa com a Itália, e que apresenta caracteres de relevo que a inseriam em estratégicas rotas militares e comerciais ao largo do tempo.Em sua escrita, Jean-Jacques Bompard busca certa reminiscência histórica da região de seus antepassados para transmitir aos seus leitores algumas impressões a respeito de características de quem vivia entre as montanhas quase sempre nevadas daqueles vales. No livro ele destaca também algumas possibilidades referentes à história de Briançon, como as modalidades de trabalho mais típicas e propícias à região e vicissitudes que poderiam direcionar parte de seus naturais a outro estilo de vida: a mercancia.De acordo com Bompard, a natureza naquela região montanhosa é áspera e dura, reservando aos moradores poucas atividades laborais com chances de enriquecimento. Situação que talvez se fizesse mais verossímil no recorte temporal que o autor propõe em sua obra. Assim sendo, com as peculiaridades das condições naturais de tal local, desde muitos séculos atrás que se buscava dar uma boa instrução escolar às crianças da região.Como um desafio às condições de vida precárias e penosas, a instrução era uma prioridade no seio de cada comunidade do Briançonnais. Organizada sob a responsabilidade dos cônsules, sem distinção nem privilégio entre as famílias, ela assegurava, antes de tudo, uma formação em leitura, escrita e cálculo, e posteriormente em outras disciplinas.Desde 1343, a criação dos escartons [uma federação das comunidades da região] havia suscitado, em cada vila, a criação de uma organização