RESUMO -Tendo em vista a grande relevância que os produtos de origem microbiológica vêm tomando nas ultimas décadas, o presente artigo estudou a viabilidade do uso da fibra do sisal como substrato em bioprocessos. A caracterização do material mostrou que o mesmo apresenta uma composição de 51,00% de celulose, 17,64% de hemicelulose e 12,26% de Lignina. Na etapa de pré-tratamento ácido, a condição que forneceu uma maior produção de açúcares fermentescíveis foi a realizada com 3,5% de H 2 SO 4 e 2 h de reação em autoclave, a uma proporção de material sólido/solução de 1:10 (m/v).
INTRODUÇÃODentro do contexto da dinâmica socioeconômica da indústria mundial, é de vital importância o uso de resíduos agroindustriais como matéria-prima para produção de produtos de valor agregado (valorização dos resíduos), tornando-se evidente a necessidade de investimento na produção de bioprodutos.À medida que o conceito de sustentabilidade vem sendo difundido no meio industrial, o emprego de resíduos como matéria-prima para a produção de compostos por fermentação vem se consolidado cada vez mais. Esses resíduos apresentam uma composição bem característica, são os chamados materiais lignocelulósicos, pois os mesmo possuem em sua composição bioquímica basicamente: celulose, lignina e hemicelulose em proporções que variam para cada tipo de material e época/local de cultivo (CANILHA, et al., 2012).Um bom representante dessa classe de materiais é o Agave sisalana, que é de grande relevância econômica em regiões áridas como o Nordeste brasileiro, concentrando-se sua exploração no interior dos Estados da Bahia (87%), Paraíba (7,4%) e Rio Grande do Norte (5,2%). (DA SILVA, et al., 2008).A utilização da fibra do sisal como matéria para a produção via ação microbiológica de compostos bioativos se mostra viável tendo como base a proporção dos polímeros orgânicos que a compõem, sendo as mesmas aproximadamente: 78% celulose, 10% hemicelulose e 9% de lignina e 2% de cinzas (MARTIN, et al., 2009).