2020
DOI: 10.14295/transportes.v28i4.2410
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Caracterização das diferenças no padrão de mobilidade de mulheres e homens em grandes cidades brasileiras

Abstract: Estudos em todo o mundo apontam para a ocorrência de padrões de mobilidade distintos entre mulheres e homens, que são explicados, em grande parte, pela divisão sexual do trabalho. Este esforço de pesquisa objetivou caracterizar essas diferenças para a realidade urbana brasileira. Para isso, inicialmente foram levantadas hipóteses acerca das desigualdades na mobilidade por gênero e sua relação com a divisão sexual do trabalho. Para cada hipótese levantada, indicadores foram definidos e estimados com base nos ma… Show more

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“…Especificamente no caso brasileiro, essa hipótese dialoga com diferenças de gênero nos padrões de mobilidade associadas a diferenças de renda e envolvimento em trabalhos informal de cuidado (cuidadoras de idosos, serviços domésticos etc.). No Brasil, mulheres apresentam menores taxas de posse de habilitação de motorista e possuem padrões de mobilidade urbana bastante diferentes dos padrões dos homens, com prevalência de viagens mais curtas e espaçadas ao longo do dia (Macêdo et al, 2019). A partir dos dados de posse de bens duráveis das famílias entrevistadas pela POF, temos que 86% dos usuários de ride-hailing possuem um ou nenhum carro no domicílio, o que vai ao encontro da hipótese acima.…”
Section: Perfil Socioeconômico E Demográficounclassified
“…Especificamente no caso brasileiro, essa hipótese dialoga com diferenças de gênero nos padrões de mobilidade associadas a diferenças de renda e envolvimento em trabalhos informal de cuidado (cuidadoras de idosos, serviços domésticos etc.). No Brasil, mulheres apresentam menores taxas de posse de habilitação de motorista e possuem padrões de mobilidade urbana bastante diferentes dos padrões dos homens, com prevalência de viagens mais curtas e espaçadas ao longo do dia (Macêdo et al, 2019). A partir dos dados de posse de bens duráveis das famílias entrevistadas pela POF, temos que 86% dos usuários de ride-hailing possuem um ou nenhum carro no domicílio, o que vai ao encontro da hipótese acima.…”
Section: Perfil Socioeconômico E Demográficounclassified
“…Quanto às desigualdades raciais e de gênero, destaca-se que o nível de comprometimento da renda com gastos em transporte é, em geral, maior entre pessoas negras e homens do que entre pessoas brancas e mulheres, independentemente do modo de transporte. Presume-se que o menor gasto das mulheres em relação aos homens possa ser explicado em parte pela menor participação feminina no mercado de trabalho, pela menor posse de automóveis e pela maior predominância de padrões de viagens mais curtas relacionadas a maior responsabilidade por atividades domésticas e de cuidado (Uteng e Cresswell, 2008;Silveira Neto, Duarte e Páez, 2015;Macêdo et al, 2019). Por sua vez, o maior dispêndio relativo dos negros é explicado, ao menos em parte, pelo fato de que a população negra tende a apresentar renda menor do que a população branca e a morar em zonas mais periféricas com menor acesso a oportunidades (Pereira et al, 2019;Bittencourt, Giannotti e Marques, 2020; Valente e Berry, 2020).…”
Section: 7unclassified
“…que as mulheres escolhem meios de transporte coletivo menos lotados e mais flexíveis, mas menos eficientes, como os ônibus públicos. O ônibus como modo mais utilizado pelas mulheres também é observado porSvab (2016), em São Paulo, onde as mulheres utilizam mais o transporte coletivo do que os homens, sendo o uso do modo ônibus o mais representativo Macêdo et al (2020). observam ainda que para São Paulo, Florianópolis e Salvador, as mulheres viajam mais a pé e de transporte público, enquanto a participação masculina é maior dirigindo um automóvel, de moto e de bicicleta.…”
unclassified
“…Em Concepción, Chile,Jirón et al (2020) observam como os horários de trabalho, das creches, a disponibilidade de estabelecimentos comerciais e a localização da rede de apoio social, desempenham um papel fundamental na mobilidade das mulheres.Na Australia,Bonham & Wilson (2012) constataram que as mulheres param de andar de bicicleta em momentos específicos de suas vidas, como ter filhos, e argumentaram que uma série de questões precisam ser abordadas para permitir que as mulheres não parassem de pedalar, como: a divisão desigual do trabalho doméstico que molda os padrões das viagens das mulheres, a mobilidade independente das crianças, a criação de redes de ciclofaixas, e sistemas com bicicletas apropriadas para transportar mercadorias e crianças.Ao não se encaixarem nas viagens padrão para as quais o sistema de transporte tipicamente é dimensionado, é inegável que o transporte individual proporcione vantagens para o padrão de viagens feminino. Não é por acaso, que as mulheres caminham mais do que os homens(Macêdo et al, 2020;Svab, 2016) e poderiam se beneficiar da migração modal para a bicicleta, modo mais rápido(Lemos et al, 2017). adicionais, pois a cadeirinha acoplada à bicicleta exige mais equilíbrio; e (iii) a confiança para pedalar com as crianças na rua compartilhada com carros é algo ainda mais difícil de transpor do que a necessidade de desenvolver habilidades físicas.…”
unclassified