Este estudo analisou as vivências escolares de pessoas adultas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) para evidenciar aspectos que as potencializaram e/ou as fragilizaram no prosseguimento ou interrupção da escolaridade. A abordagem histórico-cultural de Vygotski constituiu o aporte teórico desta pesquisa, que utilizou a narrativa de vida e teve como unidade de análise a categoria vivência. O estudo envolveu quatro indivíduos oralizados, com idades entre 30 e 36 anos, sendo três do sexo masculino e um do sexo feminino, no município de Maceió-Alagoas-Brasil. Os dados foram produzidos a partir de entrevistas narrativas, e, dada a diversidade das habilidades comunicativas de pessoas com TEA, utilizou-se o Sistema de Comunicação Alternativa para Letramento de Pessoas com Autismo (SCALA), uma tecnologia assistiva, de forma suplementar, a partir do seu módulo de Narrativas Visuais para a construção das histórias dos seus espaços escolares. Constatou-se que os participantes vivenciaram as fragilidades do sistema escolar para lidar com suas especificidades e que as vivências nos espaços escolares refletiram nas suas escolaridades, com impactos no desenvolvimento, constituição, posição social e nas apropriações e atividades no mundo. Entretanto, as potencialidades da mobilização das mães para a inclusão escolar e social constituíram seus alicerces de vida. Sendo os participantes com TEA parte da Situação Social de Desenvolvimento (SSD) e das suas relações com meio, as situações e os acontecimentos vivenciados influenciaram no desenvolvimento psicológico e lhes foram orientadores em seus posicionamentos e nas suas características pessoais.