Resumo: Este trabalho visa avaliar o impacto de veículos pesados na qualidade de serviço de correntes de tráfego a partir de estimativas dos fatores de equivalência veicular em rodovias com três ou mais faixas de tráfego por sentido, obtidas a partir de dados empíricos coletados em rodovias paulistas, para intervalos de duração curta (5 ou 6 minutos). O fator de equivalência foi calculado para cada intervalo através do método de Huber, admitindo-se que a qualidade de serviço é a mesma para todas as faixas de tráfego naquele intervalo. O fluxo básico é o da faixa mais à esquerda, nos intervalos em que são detectados apenas automóveis, e o fluxo misto é o da faixa mais à direita, em que passam automóveis e caminhões. Os resultados obtidos sugerem que: (1) em 52% do tempo, a qualidade de serviço não é a mesma em todas as faixas da rodovia; (2) o impacto marginal dos caminhões decresce à medida em que a porcentagem de caminhões na corrente aumenta; e (3) as diferenças que existem no fator de equivalência em função do nível de serviço são menos evidentes em rampas mais ín-gremes, onde o efeito das limitações de desempenho dos caminhões é mais notado.Palavras-chave: rodovias de pista dupla, qualidade de serviço, fator de equivalência, dados empíricos.
Abstract:In this paper, the impact of heavy vehicles on the quality of service is studied by means of PCE estimates obtained from empirical data collected on divided highways in the state of São Paulo, for short time intervals (5 or 6 minutes). PCE estimates were calculated for each time interval using Huber's method, assuming that the quality of service is the same for all traffic lanes during a given interval. The leftmost lane represented the basic flow (cars only) for the intervals in which no trucks are detected on the left lane, whereas observed flow on the rightmost lane was the mixed flow (trucks and cars). The results suggest that: (1) in 52% of the time the quality of service is not the same in all traffic lanes; (2) the marginal impact of trucks decreases as the number of trucks in the traffic stream increases; and (3) differences in PCE due to the level of service become less noticeable in steeper up grades, where truck loss of speed due to poor performance characteristics is greater.