2010
DOI: 10.11606/issn.2237-1184.v0i13p214-233
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Brecht e o teatro épico

Abstract: Que ro começar por uma explicação de tipo filológico por causa de uma observação da professora Cibele Rizek, na reunião "Arte contra a barbárie". Ela mencionou um fenômeno que batizou -e gostei muito -de "pirataria semânti-ca". Em vista da pirataria semântica, preciso explicar um conceito fundamental aqui: o de pressuposto. Ele foi esvaziado e, com isso, na melhor das hipóteses, as pessoas o usam acreditando que significa apenas uma coisa que veio antes do fenômeno em pauta, mas, na pior, significa alguma hipó… Show more

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“…A dramaturgia funciona nas atitudes, no corpo do personagem, na técnica interpretativa de atores e atrizes, nos sons do ambiente. Ator e atriz tomam as formas interpretativas do paradoxo de Diderot 13 (1979) -renovado por Huhtamäki (1992) para o rádio 14 -e da teoria do afastamento entre intérprete e personagem, a partir da recuperação do "teatro épico" proposta por Brecht 15 (Rosenfeld 2012). O que há de semelhante entre essas duas formas de propor a interpretação da personagem é que em ambas os intérpretes tomam uma posição de retidão, uma posição mais isolada, o que possibilita a avaliação do seu próprio trabalho, uma vez que deixam de cumprir a Já no caso de Brecht, é política a proposta de os intérpretes se afastarem tecnicamente da personagem, para que possam avaliar criticamente a questão social posta.…”
Section: Um Destaque Para a Força Das Interpretaçõesunclassified
“…A dramaturgia funciona nas atitudes, no corpo do personagem, na técnica interpretativa de atores e atrizes, nos sons do ambiente. Ator e atriz tomam as formas interpretativas do paradoxo de Diderot 13 (1979) -renovado por Huhtamäki (1992) para o rádio 14 -e da teoria do afastamento entre intérprete e personagem, a partir da recuperação do "teatro épico" proposta por Brecht 15 (Rosenfeld 2012). O que há de semelhante entre essas duas formas de propor a interpretação da personagem é que em ambas os intérpretes tomam uma posição de retidão, uma posição mais isolada, o que possibilita a avaliação do seu próprio trabalho, uma vez que deixam de cumprir a Já no caso de Brecht, é política a proposta de os intérpretes se afastarem tecnicamente da personagem, para que possam avaliar criticamente a questão social posta.…”
Section: Um Destaque Para a Força Das Interpretaçõesunclassified
“…Segundo Rosenfeld (2012) Com isso, apresentamos o conceito de Gestus Social aos estudantes e os instigamos a buscar Gestus identificados por eles nos seus cotidianos. Após trabalhar a temática do épico e algumas práticas de Teatro do Oprimido de Augusto Boal, introduzimos jogos que relacionavam situações de opressão.…”
Section: Primeiras Experiências Com Teatro Políticounclassified
“…Além disso, a escolha por analisar especificamente A Santa Joana dos Matadouros dentro do conjunto da obra de Bertolt Brecht justifica-se porque, como nota Roberto Schwarz em "Altos e baixos da atualidade de Brecht", "em tudo o que diz respeito à vida do capital", essa peça "brilha incrivelmente", pois "o nosso próprio universo, da Lua ao patrimônio genético, no momento tende a ser cotado em Bolsa" (SCHWARZ, 1999, p. 136), ou seja, as instâncias de violência simbólica nessa obra estariam intrinsecamente ligadas à manutenção da ordem capitalista, na qual o acúmulo de capital é o valor a ser perseguido. Em outras palavras, A Santa Joana dos Matadouros seria, retomando Szondi (2001) e Costa (2010), uma obra exemplar do caráter ao mesmo tempo pedagógico e científico, mas nunca reducionista, do teatro épico brechtiano, posto que, como se verá adiante, as práticas de violência simbólica analisadas -as dos magnatas da carne, em especial Bocarra, contra os trabalhadores -não foram predefinidas por forças maiores das quais mesmo seus perpetradores seriam reféns, mas escolhas deles próprios em prol dessa manutenção da ordem capitalista e dos benefícios que obtêm com ela.…”
Section: As Especificidades Do Teatro éPico De Bertolt Brechtunclassified