<strong>Introdução: </strong>A fibrose cística (FC) é uma doença autossômica recessiva caracterizada, especialmente, pela alta produção de muco devido uma alteração na proteína regulador transmembrana da FC (RTFC). Dentre as comorbidades secundárias, a alteração no metabolismo lipídeo é impactante e muito discutida. Atualmente estuda-se a hipótese de como essa alteração interfere nos processos inflamatórios que ocorre frequentemente nesse paciente. <strong>Objetivo: </strong>Avaliar os possíveis efeitos da suplementação de ácidos graxos poliinsaturados (PUFAs) na fibrose cística, principalmente do ponto de vista inflamatório. <strong>Metodologia: </strong>trata-se de uma revisão de literatura, com busca sistematizada nas bases de dados: Pubmed, Science Direct, Bireme e Periódicos CAPES. <strong>Resultados:</strong> A suplementação de PUFAs aumentou os níveis séricos de ácido linoleico e decosahexaenóico, também reduziu os níveis séricos do ácido araquidônico (AA) e do ácido Mead. <strong>Discussão: </strong>É característico dessa doença níveis reduzidos de ácido linoleico (AL) e ácido decosahexaenóico (DHA), em contrapartida, níveis séricos aumentados de ácido araquidônico e ácido Mead, sendo o primeiro responsável pela produção de eicosanoides, prostaglandinas e leucotrienos que são substâncias pró-inflamatórias. <strong>Conclusão: </strong>Os ensaios clínicos já realizados são com um número pequeno de pessoas e em um curto período de tempo, além de não existir um consenso no protocolo de suplementação. Nos estudos observados encontraram-se resultados positivos, sugerindo que a suplementação de PUFAs pode ser um aliado no manejo da doença, contudo, são necessários mais estudos para esclarecer o mecanismo desse efeito benéfico, bem como a melhor dose para suplementação de PUFAs na FC.