A Endodontia encontra-se em constante evolução, desenvolvendo novos materiais com frequência. Além de proporcionarem um selamento ápico-coronal adequado, os cimentos obturadores devem apresentar características físicas, químicas e biológicas próximas ao ideal, sendo as características biológicas determinantes para a segurança do cimento a ser utilizado. As características de biocompatibilidade são tema de diversos estudos na literatura, no entanto, são escassos os trabalhos que avaliam a carcinogenicidade destes materiais. Assim, torna-se necessário que se avalie este aspecto uma vez que, quando em contato com o canal radicular, o cimento atinge estruturas adjacentes do elemento dentário. Esse trabalho teve como objetivo avaliar o potencial carcinogênico do cimento biocerâmico Bio-C Sealer utilizando como modelo experimental o teste de detecção de tumores epiteliais em Drosophila melanogaster. Para isto utilizou-se a doxorrubicina como controle positivo e água ultrapura como controle negativo. As moscas foram expostas a 4 diferentes concentrações do cimento: 1:50; 1:100; 1:200 e 1:400 e os resultados da contagem frequência de tumores foram comparados aos valores dos controles positivo e negativo. Houve aumento na frequência de tumores em todas as concentrações em relação ao controle negativo; além disso, o teste de regressão mostrou que a concentração 1:50 aumentou a frequência de indivíduos com tumores, sendo estatisticamente semelhante ao grupo controle positivo. Os resultados obtidos permitem concluir que o cimento endodôntico Bio-C Sealer apresentou um aumento na taxa de frequência tumoral com comportamento dose-dependente.