Avaliação de treinamentos a distância: relações entre estratégias de aprendizagem e satisfação com o treinamento

Abstract

Estudos sobre a capacidade de os alunos gerirem seus próprios processos de aprendizagem tornam-se necessários à medida que as tecnologias da informação e comunicação são inseridas no campo do treinamento organizacional e transferem para os estudantes as responsabilidades anteriormente atribuídas aos professores. Este artigo, assim, analisa as relações entre estratégias de aprendizagem e satisfação com treinamentos. Realizada em uma organização pública, esta pesquisa abarcou 216 participantes de cinco cursos realizados a distância. Os dados coletados por meio de questionários aplicados no último dia de curso evidenciaram padrões de associação entre determinadas estratégias cognitivas de aprendizagem e satisfação com o desempenho da tutoria, com os procedimentos e os resultados e com a interface gráfica do curso. Apesar de não haver indícios sobre a direção dessas associações, especula-se que cursos adequadamente programados e que contem com tutoria ativa conduzem ao uso de estratégias úteis ao armazenamento, à recuperação e à utilização de informações.

Impact of Online Training on Behavioral Transfer and Job Performance in a Large Organization

“…Compared to traditional forms of educational events, online training permits many employees, dispersed by geographical or occupational conditions, to take part in a training program simultaneously (Abbad, Côrrea, & Meneses, 2010;Bell, Tannenbaum, Ford, Noe, & Kraiger, 2017;Noe, Clarke, & Klein, 2014). It provides more independent, flexible, and collaborative learning (Badia & Monereo, 2010), and can be undertaken in the workplace (video conferencing, Internet, or Intranet).…”

“…Online courses for training purposes in organizations have been largely spread with accompanying cybernetic innovations, available interaction tools, and digital media (Raymond, Clarke, & Klein, 2014). These instructional events are suitable for adults to attend in the work environment (Abbad et al, 2010), provide continuous learning and professional qualification, and can reduce financial costs, cheapening training programs (Iglesias & Salgado, 2012).…”

“…or to personal features: a learner's lack of interest in the course content, misperceptions about its nature and complexity, conflict with work schedules and activities, selfregulatory learning processes (Hicks et al, 2007;Klein et al, 2006). These difficulties may interfere in the choice to persist in training or even cause course evasion (Abbad et al, 2010).…”

Impacto do treinamento no trabalho: determinantes individuais e contextuais em cursos corporativos a distância

“…Investimentos maciços em processos contínuos de aprendizagem e de desenvolvimento de competências continuam sendo diferenciais competitivos e estratégicos para as organizações (Abbad, Côrrea & Meneses, 2010;Aguinis & Kraiger, 2009), principalmente porque as exigências de desenvolvimento de competências críticas, pela atual economia global para a manutenção de vantagem competitiva, crescem e modificam-se rapidamente (Aguinis & Kraiger, 2009) e dependem, em grande parte, da qualificação da força de trabalho (Salas et al, 2012). Para atender às constantes demandas de qualificação pessoal e profissional, os programas de TD&E passam por alterações, que possibilitam a sua adaptação às aceleradas e recentes mudanças ocorridas em contextos organizacionais, ao adotar a mediação das NTICs e a internet como meio de entrega de suas ações educacionais.…”

Estratégias de aprendizagem em ações educacionais a distância: relação com características da clientela e reações ao curso

“…Assim, as Estratégias de aprendizagem, quando bem planejadas e adequadas ao contexto (modalidade de ensino e característica do público-alvo) podem influenciar na reação satisfatória do aluno em relação ao curso. Outros achados mostram a relação entre satisfação (reação) com: o curso; o desempenho acadêmico e dos tutores; com a interface gráfica; com o uso de estratégias cognitivas de aprendizagem (Abbad, Côrrea & Meneses, 2010;Testa & Luciano, 2010), bem como a relação entre a interação do aluno com seus pares (tutor/colegas) e a autoconfiança para aprender (Testa & Luciano, 2010). Ainda, estudos confirmam a influência de variáveis pessoais (idade, gênero, escolaridade, categoria profissional, etc.)…”