A qualidade do ar interno das cabines veiculares contém em suas características físicas e químicas a tendência a uma baixa renovação de ar em virtude do uso contínuo da climatização artificial. Assim, taxas de concentração de dióxido de carbono tendem a serem elevadas, o que pode causar prejuízos à saúde dos ocupantes corriqueiros do veículo. O Oficial de Justiça é o profissional do Poder Judiciário responsável pelo cumprimento de demandas processuais externas e atua se deslocando até os destinatários dessas ordens. Diante dessa rotina de acentuado uso do carro para fins profissionais, esta categoria de trabalhadores é exposta cotidianamente a elevados índices de poluentes veiculares internos. O objetivo geral deste trabalho foi analisar a qualidade do ar interno da cabine veicular do Oficial de Justiça, no exercício de suas funções, no que se refere à concentração de dióxido de carbono. A metodologia empregada destaca o viés exploratório, por uma abordagem qualitativa e quantitativa, vez que debruçou-se sobre aparato bibliográfico e documental para compreender a poluição ambiental emitida pelos automóveis e os riscos humanos e ambientais dela advindos, e também obteve resultados coletados de um questionário endereçado aos Oficiais de Justiça lotados no Tribunal de Justiça de Pernambuco, que buscou compreender a rotina veicular durante o andamento das diligência profissionais. Resultados obtidos sugerem que a detecção de CO2, umidade relativa do ar e temperatura na cabine veicular climatizada artificialmente aumenta a exposição do Oficial de Justiça a efeitos deletérios de índices elevados dos componentes mensurados durante suas atividades laborais. Os danos à saúde física desses servidores poderiam ser dirimidos pelo cumprimento de mandados eletrônicos, a exemplo do que ocorreu durante o expediente remoto dos anos 2020 e 2021.