Avaliação da síndrome de Burnout em professores universitários

Abstract

A profissão docente é considerada pela Organização Internacional do Trabalho como uma das mais estressantes, por ser uma atividade que envolve intenso contato entre pessoas. Com isso, a incidência de elementos que conduzem à síndrome de Burnout está cada vez mais evidente nestes indivíduos. O objetivo desse estudo foi avaliar a síndrome de Burnout entre os professores da graduação dos cursos da área da saúde. Foram convidados a participar da pesquisa docentes dos cursos da área da saúde da Universidade do Oeste Paulista, em Presidente Prudente. Após a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido, foram aplicados dois instrumentos para coleta de dados. Os dados foram tabulados e analisados com o auxílio de programas estatísticos e foi utilizado o teste de correlação de Pearson ao nível de significância de 5%. Foram entrevistados 72 docentes, sendo que destes, 48 (66,7%) são do sexo masculino e 24 (33,3%) são do sexo feminino. De acordo com as dimensões da síndrome de Burnout, a que mais se destacou foi a exaustão emocional. As variáveis que demostraram significância na correlação de Pearson foram: a quantidade de cursos que o docente leciona (p=0,0012) e a quantidade de alunos com quem tem contato diariamente (p=0,0463) dentro da dimensão de exaustão emocional; e a idade (p=0,0319) e tempo de trabalho (p=0,0082) dentro da dimensão da eficácia profissional. Os resultados identificaram um baixo índice em todas as dimensões, porém houve associação significativa entre as dimensões de exaustão emocional e eficácia profissional com as variáveis sociodemográficas.

Engagement e Burnout na docência no ensino superior na área da saúde: revisão integrativa

“…Na análise acerca dos resultados dos trabalhos selecionados nesta pesquisa, quanto à SB tem-se com maior frequência as variáveis idade, sexo e atividades de extensão do docente. [13][14][15] Quanto à variável idade, houve predominância de docentes na quarta 13,15 e quinta 14 décadas de vida, o que demonstra a íntima ligação entre o desenvolvimento da SB em docentes com idade menos avançada, pois tendem a apresentar maior exaustão profissional e maior despersonalização, que se justificam pela frustração de expectativas e maior sentimento de distância pessoal no ambiente de trabalho. 15 Deste modo, quanto menor o controle e apoio social que o docente tem, maior é o seu grau de exaustão emocional.…”

“…14 Em relação ao sexo, encontra-se a predominância de docentes do sexo masculino. [13][14][15][16][17] Nos homens, há destaque para a não realização profissional, vinculada às expectativas de sucesso, competição e desenvolvimento relacionadas ao seu papel. 15 Em contrapartida, a maior predominância de exaustão emocional foi relacionada ao sexo feminino, e este fato está vinculado à necessidade de acolhimento, cuidado e atenção aos discentes, assemelhando-se ao "papel materno", acrescida ainda das demandas pessoais das docentes.…”

“…[13][14][15][16][17] Nos homens, há destaque para a não realização profissional, vinculada às expectativas de sucesso, competição e desenvolvimento relacionadas ao seu papel. 15 Em contrapartida, a maior predominância de exaustão emocional foi relacionada ao sexo feminino, e este fato está vinculado à necessidade de acolhimento, cuidado e atenção aos discentes, assemelhando-se ao "papel materno", acrescida ainda das demandas pessoais das docentes. 15 A exaustão emocional também está relacionada à quantidade de cursos nos quais o docente leciona e as atividades de extensão, desde projetos, orientações de trabalhos até participações em núcleos e colegiados.…”

“…15 Em contrapartida, a maior predominância de exaustão emocional foi relacionada ao sexo feminino, e este fato está vinculado à necessidade de acolhimento, cuidado e atenção aos discentes, assemelhando-se ao "papel materno", acrescida ainda das demandas pessoais das docentes. 15 A exaustão emocional também está relacionada à quantidade de cursos nos quais o docente leciona e as atividades de extensão, desde projetos, orientações de trabalhos até participações em núcleos e colegiados. Este sentimento é explicado devido a alta demanda de trabalho e o contato diário com um grande número de estudantes.…”

“…Este sentimento é explicado devido a alta demanda de trabalho e o contato diário com um grande número de estudantes. [14][15] Logo, observa-se que, quanto maior a demanda, maior será a exaustão emocional, despersonalização e consequentemente, menor a realização profissional. 14 Ainda sobre SB, constatou-se uma alta carga de trabalho, cerca de 40 a 50 horas semanais 13 o que propicia a exaustão, levando a sentimentos de apatia e desânimo.…”