Automutilação, uma dor que marca o corpo: efeitos nas atividades cotidianas e contribuições da Terapia Ocupacional

Abstract

Objetivos: entender os sentidos atribuídos por adolescentes que apresentaram/apresentam o comportamento de automutilação do corpo na adolescência, bem como identificar quais as implicações dos efeitos no envolvimento nas atividades cotidianas. Objetivos específicos: compreender o significado deste comportamento para os sujeitos e identificar os disparadores que levam ao comportamento automutilante. Metodologia: trata-se de um estudo de abordagem qualitativa e caráter descritivo, realizado com adolescentes que praticam ou praticaram automutilação do corpo durante o período da adolescência. A coleta foi realizada por meio de um questionário semiestruturado de maneira virtual, o mesmo contou com doze questões que abrangem temáticas diversas, sendo englobados aspectos referentes aos sentimentos, sentidos, formas e efeitos advindos da automutilação do corpo para o participante que vivenciou ou vivencia essa experiência na adolescência. Resultados: Foi possível perceber que a motivação para a prática da automutilação pode ter várias funções, como expressar emoções, reduzir sentimentos negativos e angústia, e a busca de alívio de todas essas sensações, o que acaba interferindo no envolvimento dos adolescentes em suas atividades cotidianas, afetando seu envolvimento em atividades sociais, educacionais e domésticas. Conclusão: observa-se que a atuação do terapeuta ocupacional se torna relevante, já que fornece um cuidado centrado no sujeito considerando sua singularidade e potencialidade atuando como um facilitador no processo de transformação do cotidiano.