“…A primeira iniciativa de formar profissionais ocorreu em Vila Bela da Santíssima Trindade e em Cuiabá, no início do século XIX, por meio de aulas desenvolvidas em hospitais militares. No entanto, esse empreendimento visionário foi efêmero, teve curta duração e há poucos registros a respeito do mesmo (JESUS, 2004). Assim sendo, para as elites políticas, o sentido modernizador da educação era a formação de profissionais que poderiam negociar, dia após dia, o seu saber, para convertê-lo em capital econômico; os discursos políticos apontavam o desejo da implantação de cursos de elite voltados para a elite; já a formação de professores era vista, de certo modo, como um encargo, como um "passo atrás" para se conseguir o desejado fim, ou, quando muito, uma condição para se alcançar o objetivo almejado; pois, antes de se poder oferecer a formação do "doutor médico", do "doutor engenheiro" e do "doutor advogado", era necessário a mão de obra qualificada para os estudos na escola secundária; na etapa seguinte, os professores, devidamente licenciados, entregariam suas "melhores crias" para o ensino superior.…”