Atenção integral à saúde da população LGBT: Experiência de educação em saúde com agentes comunitários na atenção básica

Abstract

Objetivo: Relatar uma experiência de educação em saúde com agentes comunitários de saúde acerca da saúde da população LGBT na atenção básica. Métodos: Foi realizada uma ação de educação continuada por meio do estudo de casos escolhidos pelos agentes de saúde dentro de suas microáreas de atuação seguida de discussão em grupo e reflexão sobre as práticas vigentes. Resultados: Foram discutidos três casos apresentados pelos agentes de saúde que abordavam as temáticas de: (1) a escola e o preconceito; (2) a importância do apoio familiar e social; e (3) o papel da estratégia saúde da família e da educação em saúde. Percebeu-se que o tema permanece excluído das grandes discussões, sobretudo nas escolas médicas e na atenção básica, que é o primeiro contato do usuário com o Sistema Único de Saúde. Dessa forma, estratégias que objetivem discutir as peculiaridades da prevenção, promoção e assistência à saúde desses grupos devem ser estimuladas e reproduzidas tendo em vista uma melhor qualidade do atendimento a fim de captar esses pacientes em um ambiente favorável a práticas integrativas com respeito à diversidade sexual. Conclusão: Conclui-se que a atividade educacional realizada foi de extrema importância para desmistificar mitos e preconceitos envolvendo a saúde LGBT no cenário da atenção básica. Observou-se que após a atividade educacional os ACS se mostraram mais confiantes e sensibilizados sobre as temáticas abordadas e mudaram concepções no sentido de respeitar as decisões dos pacientes e realizar abordagem adequada para o acolhimento a esses usuários.

Perception of undergraduate health field students about approaching LGBTI+ health

“…Tais situações apontam a necessidade de colocar em prática as políticas públicas e programas voltados às minorias sexuais que abordam a assistência em saúde e consideram os reflexos da identidade gênero na qualidade de vida dessa população. O que se encontra nos serviços de saúde são equipes sem preparo adequado e que não fornecem um ambiente acolhedor que respeite e perceba a população LGBTI+ enquanto grupo vulnerável 28 .…”

Conhecimento da equipe de enfermagem frente ao paciente transgênero

“…A discussão sobre a discriminação da população LGBTQIAP+ é pouco observada nos setores de saúde e a UBS é um ambiente propício para promover essas ações. Todavia, por ser um tema não abordado na academia os profissionais acabam se sentindo desconfortáveis e despreparados para abordarem tal tema, corroborando a marginalização da população (Albuquerque, Botelho & Rodrigues, 2019).…”

“…Além disso, a função do profissional de saúde é promover saúde e garantir a proteção e a ciência direitos sexuais das pessoas trans, evitando suposições gênero e/ou que compartilham experiências semelhantes (Perucchi, et al, 2018). Dessa forma, é indispensável conhecer a pessoa em sua integralidade para então descobrir suas necessidades de saúde, viabilizando estratégias de prevenção, promoção e assistência à saúde para estimular e proporcionar uma melhor assistência (Lindroth, 2016, Albuquerque, Botelho & Rodrigues, 2019.…”

“…A Política Nacional de Saúde Integral da População LGBTQ+ surgiu com o intuito de favorecer equidade no SUS, de modo que a população possua mais acesso à saúde integral e atenção especial às demandas especificas, além de eliminar preconceito, discriminação, violência, entre outros. Alguns programas nacionais e mundiais preconizam discussão e qualificação dos direitos e saúde da população Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais, Queer, Intersexo, Assexuais e Pansexuais (LGBTQIAP+), porém esse assunto é marginalizado das grandes discussões, sejam elas nas escolas médicas ou na atenção básica (Brasil, 2013, Albuquerque, Botelho & Rodrigues, 2019.…”

População LGBTQIA+

“…O histórico de repressões, violência, preconceito e estigma tornam o acesso aos serviços de saúde muito desafiador para estas pessoas. Outro ponto que colabora com a dificuldade de busca por tratamentos de saúde é o fato de que a medicina e demais serviços de saúde, no geral, são pautados em preceitos dicotômicos biológicos (masculino x feminino / homem x mulher), o que perpetua um preconceito intrínseco na área médica [4][5][6] . Esta situação atinge não só os pacientes que buscam atendimentos de saúde, mas também parece influenciar negativamente alunos e profissionais de saúde que fazem parte da população LGBTQIA+ e de outras minorias [7][8][9] .…”