As unidades de assistência médica ambulatorial (AMA) do Município de São Paulo, Brasil: condições de funcionamento e repercussões sobre a atenção básica no Sistema Único de Saúde, 2006
Abstract:No processo de construção do Sistema Único de Saúde (SUS) como política integral e universal, o atendimento à demanda não-agendada é essencial para a qualificação da atenção básica e permanece como um desafio não superado. No ano de 2005, a Secretaria da Saúde do Município de São Paulo, Brasil, iniciou a instalação de serviços médicos denominados assistência médica ambulatorial (AMA), visando a estabelecer uma alternativa às unidades básicas para o atendimento a essa demanda. O objetivo do presente estudo foi … Show more
“…De acordo com Puccini (2008), "a maioria das unidades, 23 delas (76,7%), foi instalada de forma acoplada a uma unidade básica de saúde e raramente houve expansão de área física. Em geral, ocorreu um processo de ocupação de parte da área da unidade".…”
Section: Resultsunclassified
“…Há casos de até seis empresas privadas coexistindo numa mesma unidade básica, "cada uma delas responsável por parte das atividades, tais como os serviços de vigilância, limpeza, manutenção, patologia clínica, remoção e radiologia". Há também casos de uso, pelas "empresas parceiras", dos serviços de "empresas contratadas e pagas pela administração municipal", como de limpeza (PUCCINI, 2008(PUCCINI, , p. 2757.…”
Section: Resultsunclassified
“…No entanto, apesar da importância do tema, há relativamente poucos estudos qualitativos que se debrucem sobre as implicações políticas e sociais dessa combinação entre as gestões pública e privada na atenção básica à saúde, e que tenham por base a implantação da política de saúde em determinado território. Aqueles que o fizeram, como Elias (2004) e Pinto (2009, pouco refletem sobre as contradições da relação entre os interesses públicos e privados na gestão da política de saúde, e enfatizam a suposta necessidade de superar a política salarial da administração pública e de contratação de médicos, mas sem debater as consequências da elevação dos custos administrativos e do abandono, por parte das empresas parceiras, de mecanismos de licitação para o uso dos recursos públicos e na contratação do pessoal para postos de trabalho no setor público, como bem aponta Puccini (2008 Foram feitas 39 visitas à região entre junho e setembro de 2010, para realização de observação participante, entrevistas e redação em diário de campo. A construção do material empírico se deu por diferentes espaços.…”
A combinação de projetos políticos distintos na atenção básica à saúde: impactos político-sociais e a desconstrução do SUS Resumen: Esta pesquisa tem por objetivo analisar implicações políticas e sociais da combinação entre gestões pública e privada na atenção básica à saúde, buscando explicitar combinações e tensões entre um projeto democratizante de saúde e um projeto neoliberal que isenta o Estado de responsabilidade na efetivação de direitos. Optamos por estudar tais conflitos a partir da situação de Heliópolis, favela de São Paulo. Para construção do material empírico, foram utilizados instrumentos e técnicas próprios do método etnográfico. Em Heliópolis, como no restante do país, a Reforma Sanitária é atravessada por distintos projetos político-econômicos, na medida em que houve uma ampliação da assistência médica supletiva e implantação distorcida do SUS, com práticas privatistas e privilégio da lógica da produtividade. As políticas macroeconômica e da Reforma do Estado levaram à "implementação tortuosa do SUS", em contexto de "confluência perversa" entre distintos projetos políticos. Alguns dos potenciais transformadores dessa realidade estão nos processos políticos e em relações sociais conformados por modos de vida erigidos sobre laços sociais de solidariedade, que se inserem em uma dinâmica entre determinações político-econômicas e afirmação da autonomia. Isto coloca ao movimento da Reforma Sanitária a necessidade premente de recuperar sua dimensão instituinte para transformar o sistema instituído. Palabras clave: reforma dos serviços de saúde; participação social; atenção primária à saúde.
“…De acordo com Puccini (2008), "a maioria das unidades, 23 delas (76,7%), foi instalada de forma acoplada a uma unidade básica de saúde e raramente houve expansão de área física. Em geral, ocorreu um processo de ocupação de parte da área da unidade".…”
Section: Resultsunclassified
“…Há casos de até seis empresas privadas coexistindo numa mesma unidade básica, "cada uma delas responsável por parte das atividades, tais como os serviços de vigilância, limpeza, manutenção, patologia clínica, remoção e radiologia". Há também casos de uso, pelas "empresas parceiras", dos serviços de "empresas contratadas e pagas pela administração municipal", como de limpeza (PUCCINI, 2008(PUCCINI, , p. 2757.…”
Section: Resultsunclassified
“…No entanto, apesar da importância do tema, há relativamente poucos estudos qualitativos que se debrucem sobre as implicações políticas e sociais dessa combinação entre as gestões pública e privada na atenção básica à saúde, e que tenham por base a implantação da política de saúde em determinado território. Aqueles que o fizeram, como Elias (2004) e Pinto (2009, pouco refletem sobre as contradições da relação entre os interesses públicos e privados na gestão da política de saúde, e enfatizam a suposta necessidade de superar a política salarial da administração pública e de contratação de médicos, mas sem debater as consequências da elevação dos custos administrativos e do abandono, por parte das empresas parceiras, de mecanismos de licitação para o uso dos recursos públicos e na contratação do pessoal para postos de trabalho no setor público, como bem aponta Puccini (2008 Foram feitas 39 visitas à região entre junho e setembro de 2010, para realização de observação participante, entrevistas e redação em diário de campo. A construção do material empírico se deu por diferentes espaços.…”
A combinação de projetos políticos distintos na atenção básica à saúde: impactos político-sociais e a desconstrução do SUS Resumen: Esta pesquisa tem por objetivo analisar implicações políticas e sociais da combinação entre gestões pública e privada na atenção básica à saúde, buscando explicitar combinações e tensões entre um projeto democratizante de saúde e um projeto neoliberal que isenta o Estado de responsabilidade na efetivação de direitos. Optamos por estudar tais conflitos a partir da situação de Heliópolis, favela de São Paulo. Para construção do material empírico, foram utilizados instrumentos e técnicas próprios do método etnográfico. Em Heliópolis, como no restante do país, a Reforma Sanitária é atravessada por distintos projetos político-econômicos, na medida em que houve uma ampliação da assistência médica supletiva e implantação distorcida do SUS, com práticas privatistas e privilégio da lógica da produtividade. As políticas macroeconômica e da Reforma do Estado levaram à "implementação tortuosa do SUS", em contexto de "confluência perversa" entre distintos projetos políticos. Alguns dos potenciais transformadores dessa realidade estão nos processos políticos e em relações sociais conformados por modos de vida erigidos sobre laços sociais de solidariedade, que se inserem em uma dinâmica entre determinações político-econômicas e afirmação da autonomia. Isto coloca ao movimento da Reforma Sanitária a necessidade premente de recuperar sua dimensão instituinte para transformar o sistema instituído. Palabras clave: reforma dos serviços de saúde; participação social; atenção primária à saúde.
“…Exemplo disso é a experiência das unidades de assistência médica ambulatorial (AMA) paulistanas, consideradas um retrocesso na organização de um sistema de saúde que se pretende orientado para a Atenção Primária e um desrespeito aos princípios do SUS, além de não representarem resposta à lacuna do pronto-atender na ESF. Argumenta-se que as UPAs estejam se constituindo na versão federal das AMAs de São Paulo (PUCCINI, 2008). Semelhantemente, no município do Rio de Janeiro, a rápida expansão das UPAs se apoiou, segundo o discurso oficial, no grande déficit da rede de atenção básica municipal (O'DWYER, 2010).…”
foi fruto de grande insatisfação com o atendimento nas emergências hospitalares. As UPAs constituíram o principal componente de atendimento pré-hospitalar fixo da política. O objetivo do estudo foi analisar as portarias ministeriais que regulamentaram a criação das UPAs, procurando compreender seu padrão de implantação. Foram analisadas as portarias que regulamentaram as UPAs entre 2008 e 2013, à luz da Teoria da Estruturação, de Giddens. No conjunto, essas portarias expressam a pretensão de que as UPAs fossem instaladas de forma estratégica para a configuração de redes de atenção às urgências, propondo diferenciação em relação aos pronto-socorros produtores de "consultas de emergência". No entanto, o padrão de implantação das UPAs foi de expansão acelerada, sem efetiva organização em rede, projetando suspeita de uma reprodução do modelo tradicional de pronto-socorros. A esfera federal destacouse pela intensa produção normativa, assumindo forte papel indutor. A significativa adesão das unidades da federação explica a ampla legitimação, enquanto modalidade da estruturação, alcançada por essa política. Assim, a convergência de interesses em torno da UPA permitiu rápida expansão e enorme aporte de recursos para essa política, apesar de essa estratégia pouco agregar para o enfrentamento dos problemas da atenção às urgências. Palavras-chave: atendimento de emergência pré-hospitalar; serviços médicos de emergência; Sistema Único de Saúde.
“…Em particular, a literatura encoraja estudos sobre a operacionalização desses princípios com base na avaliação das diferentes estratégias individuais do âmbito das próprias organizações de saúde (Puccini, 2008). O controle do câncer depende, de fato, de ações variadas, mas é a terapêutica especializada, de alto custo, que mais consome recursos.…”
A literatura atribui à descentralização da estrutura organizacional efeitos positivos sobre a orientação empreendedora e o desempenho da firma; existem também evidências de efeito positivo da centralização dos procedimentos complexos em hospitais de grande porte sobre os resultados do tratamento do câncer. O objetivo deste estudo é avaliar os efeitos da centralização dos laboratórios de anatomia patológica do Instituto Nacional do Câncer (INCA) brasileiro, em 2002, sobre o desempenho da atividade de diagnóstico e controle do câncer. A análise é desenvolvida com o cálculo de uma fronteira eficiente não paramétrica de produção no período 1997-2007, por meio da Análise Envoltória de Dados (DEA). O resultado é que a centralização reverteu a queda de eficiência técnica dos laboratórios no período 1997-2001. A conclusão do artigo é que o Modelo DEA traz um aporte ao conhecimento sobre a mudança de estrutura organizacional nas organizações públicas de saúde e uma contribuição gerencial sobre a eficácia da centralização para melhorar o suporte laboratorial da patologia aos hospitais do INCA.
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