Resumo
O artigo tem como objetivo realizar uma retomada conceitual do populismo anticiência, revisitando autores nacionais e internacionais que pontuam como o binarismo “nós” versus “eles” que caracteriza o movimento, desloca-se das elites políticas e concentra-se nas elites científicas, retratando-as como antagonistas das pessoas comuns e dos líderes políticos. O estudo parte da premissa que o populismo contra a ciência remete a um estilo político performático que surge em contextos de crises democráticas e que se manifesta em uma descrença generalizada nas instituições tradicionais. O artigo usa como metodologia a pesquisa bibliográfica e elenca algumas vertentes clássicas (MINKEMBERG, 1998; BETZ, 1993; MUDDE, 2000; MOUFFE, 2000, LACLAU, 2005) e contemporâneas do populismo (GERBAUDO, 2018; DIBAI, 2018; CESARINO, 2020; MEDE e SCHÄFER, 2020). Os resultados apontam que o populismo anticiência é um movimento que deriva do caráter do populismo contemporâneo, que emerge em contexto de crises institucionais.