“…No entanto, o sujeito está para além dos significantes. 386 De certa forma, toda essa indispensável operação serve para franquear ao aluno que, dentre outras coisas, venha a compreender o enunciado "a casa é bonita" enquanto "peça de um sentido geral compartilhado" 387 (o que quer dizer que, nesse plano, não importa propriamente o que uma casa bonita representa para esse aluno, mas sim o sentido geral da frase em tela, sentido que o aluno deve ser capaz de compreender, de decodificar, de abarcar etc.). Mas no "avesso" de tal sentido socialmente validado, no "avesso" do código estrito ou ainda das palavras em "estado de dicionário" que se encontram ordenadas na frase em questão, o fato é que, para determinada criança, a casa bonita será, por exemplo, aquela que é "própria" e não "de aluguel", ou então aquela que possui piscina ou então carro na garagem, ou a que a posteriori virá a ser a casa de sua nostalgia infantil, ou ainda a casa em que há pai e mãe etc.…”