RESUMOObjetivou-se mensurar a disponibilidade e satisfação do suporte social percebida e identificar as fontes de suporte das mulheres com aids em tratamento com antirretrovirais. Pesquisa quantitativa, descritiva, com amostra de 83 usuárias da Unidade Dispensadora de Medicamentos de um hospital público em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Utilizou-se um Questionário sociodemográfico e de saúde e a Escala de avaliação do suporte social, no período de fevereiro a abril de 2011. Os resultados foram apresentados pelas medidas de tendência central e dispersão. O estudo revelou que o suporte social mais recebido foi o emocional e as mulheres estão nem satisfeitas, nem insatisfeitas com o suporte recebido. A principal fonte de suporte foi a dos familiares, especialmente, o companheiro. Destaca-se a importância deste estudo quando se reconhece as diferentes necessidades das mulheres com essa infecção e a importância do suporte social como mediador na manutenção de relacionamentos positivos e na promoção da saúde.Palavras-chave: Apoio social. Síndrome da imunodeficiência adquirida. Enfermagem. Mulheres.
INTRODUÇÃONa década de 70 as investigações sobre suporte social foram relevantes na literatura, especialmente ao apontar a influência das interações sociais sobre o bem-estar e a saúde das pessoas. Buscava-se compreender as vulnerabilidades das pessoas às doenças frente a instabilidade ou a inexistência do suporte social (1) . Compreende-se por suporte social a informação que leva o indivíduo a acreditar que é amado, cuidado, que as pessoas preocupam-se com ele e que sua rede social tem obrigações mútuas (1)(2) . Essa temática tem despertado interesse na medida em que a disponibilidade e satisfação com o suporte social parecem proteger as pessoas com doenças crônicas (1) . Em eventos estressantes o suporte social tem uma função mediadora para a manutenção da saúde e ampara os indivíduos diante da possibilidade de adoecer em determinadas situações da vida (3) . Por essa razão, este construto tem sido investigado nas pessoas com a aids por se tratar de uma doença estigmatizante do ponto de vista social e que causa debilidades fisiológicas devido à diminuição da imunidade.Somados a estas questões, pessoas que vivem com aids, em especial as mulheres, têm se mostrado vulneráveis, destacando-se a dificuldade em negociar medidas de prevenção, como o uso de preservativos nas relações e a não revelação da sua condição sorológica para as pessoas mais próximas e significativas (4) . Em muitos momentos, explicitam situações de discriminação e preconceito vivenciadas em decorrência da soropositividade, em parte por desconhecimento e falta de informações das pessoas sobre a doença, ou ainda, por estarem associadas a grupos de risco, e a comportamentos transgressores (4) . Diante do diagnóstico, as mulheres experimentam sentimentos de insegurança e incerteza, principalmente as que se achavam protegidas ou invulneráveis por possuírem uma relação estável e monogâmica (5) . Além disto, ao considerar o perfil dos casos notificados de aids...