2018
DOI: 10.5965/2175180310232018204
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Aniversários do golpe de 1964: debates historiográficos, implicações políticas

Abstract: As datas de aniversários “redondos” do golpe de 1964 foram momentos de efervescência de controvérsias públicas e acadêmicas acerca da ditadura militar. Esse artigo discute algumas delas, em torno dos seguintes temas: o caráter do golpe, a natureza do regime, a relação da sociedade civil com a ditadura, o papel da luta armada e a periodização da ditadura. O propósito é de situar historicamente o surgimento e desdobramento de cada um desses debates, além de problematizar suas repercussões políticas. Constata-se … Show more

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“…Fico vai além e diz que caracterizar o regime considerando a participação civil ou empresarial, ainda que com predominância do componente militar, implica reduzir a responsabilidade dos militares. Nesta consideração, foi acompanhado em artigo de Mariana Joffily (2018), em que a autora atribui a Dreifuss uma visão de que os militares teriam cumprido o papel de "sócios menores em um esforço plural, do qual participaram figuras públicas estadunidenses, políticos de partidos tradicionais e governadores dos Estados mais estratégicos" (JOFILLY: 2018, p. 208). Grosso modo, seria como apontar que Dreifuss lançara as bases para uma interpretação de que os militares, desprovidos de quaisquer autonomia, foram instrumentalizados para cumprir com os desígnios do empresariado.…”
Section: Debateunclassified
“…Fico vai além e diz que caracterizar o regime considerando a participação civil ou empresarial, ainda que com predominância do componente militar, implica reduzir a responsabilidade dos militares. Nesta consideração, foi acompanhado em artigo de Mariana Joffily (2018), em que a autora atribui a Dreifuss uma visão de que os militares teriam cumprido o papel de "sócios menores em um esforço plural, do qual participaram figuras públicas estadunidenses, políticos de partidos tradicionais e governadores dos Estados mais estratégicos" (JOFILLY: 2018, p. 208). Grosso modo, seria como apontar que Dreifuss lançara as bases para uma interpretação de que os militares, desprovidos de quaisquer autonomia, foram instrumentalizados para cumprir com os desígnios do empresariado.…”
Section: Debateunclassified
“…A segunda diz respeito mais objetivamente à nomenclatura do golpe e do regime e pode ser entendida 1 A nosso ver, uma linha historiográfica se consolida no último decênio e é composta em grande parte pelos seguintes trabalhos: Bortone (2013Bortone ( , 2018; Brandão (2007Brandão ( , 2017; Brandão;Campos (2017Campos ( , 2019; Brandão;Lemos (2020); Brasil (2020); Campos (2014aCampos ( , 2014bCampos ( , 2014cCampos ( , 2018aCampos ( , 2018bCampos ( , 2020aCampos ( , 2020bCampos ( , 2022aCampos ( , 2022bCampos ( , 2023; Vasconcelos (2021) ;Costa;Silva (2022); Lemos (2014Lemos ( , 2018; Loureiro (2017); Magalhaes (2019); Marques (2020); Moraes (2019); Souza (2022); Spohr (2016;, 2020b; como o desdobramento dessa produção. Ambas as frentes serão trabalhadas a partir dos mais recentes balanços historiográficos sobre o tema, tendo como escopo central os textos de Mattos (2015), Fico (2017), Joffily (2018) e Campos (2020). 2 O recorte na escolha das fontes leva em consideração alguns elementos.…”
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“…Ao final, iremos propor um recorte metodológico para subsidiar a 2 Selecionamos os autores que nos subsidiam de maneira mais relevante para o debate sobre o elemento civil no processo. Apesar de selecionarmos esses quatro textos como base de trabalho, os textos de Fico (2017) e Joffily (2018), pelo própria densidade e extensão dos mesmos, terão mais centralidade em nossa análise. 3 Nos referimos aqui especialmente aos debates e críticas sobre a participação de setores da sociedade no golpe, tema de nosso artigo.…”
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“…Revista de História Ditadura, Gênero e Racismo no tempo presente: diário de um encontro docente -Nashla Dahás Gomozias; Adriana Silva Teles Boudoux do golpe, ou como sua "massa de manobra" e sim como atores oriundos das classes médias e populares que aderiram voluntariamente à ditadura e a apoiaram mesmo em práticas autoritárias(JOFFILY, 2018).Assim que, para todos os efeitos, o "golpe" passou a se chamar "golpe civil-militar", a ditadura tende também a tornar-se "ditadura civil-militar".Tal caracterização consistiu, em grande medida, em espécie de denúncia política do esquecimento ou do encobrimento da participação civil nos acontecimentos que resultaram na deposição do presidente João Goulart em 1964, e na instauração da ditadura, bem como em sua institucionalização. Trata-se de questão sensível uma vez que amplia as responsabilidades pela ditadura, dos militares apenas, para os setores civis da sociedade, com destaque para os "sujeitos comuns".…”
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