Análise ergonômica da atividade dos músicos da Orquestra Sinfônica do Paraná: fatores de risco e cargas de trabalho

Abstract

Resumo: O presente estudo objetivou investigar os fatores de risco presentes na atividade de trabalho e seu impacto na saúde dos músicos instrumentistas da Orquestra Sinfônica do Paraná. Enquadra-se como uma pesquisa qualitativa descritiva, a partir do método da Análise Ergonômica do Trabalho francofônica, utilizado enquanto ferramenta do terapeuta ocupacional na interface saúde-trabalho. Foram realizados os procedimentos: levantamento bibliográfico; análise documental dos dados de produtividade, produção e qualidade da tarefa; observação sistemática dos ensaios da Orquestra Sinfônica do Paraná; análise da tarefa e do posto de trabalho, com a aplicação do Ergonomic Workplace Analysis (EWA); e confrontação dos dados analisados com um músico instrumentista. Como resultados, o estudo apontou desvios significativos dos padrões descritos na Norma Regulamentadora 17 (Ergonomia), especialmente quanto às exigências físicas e cognitivas individuais, bem como quanto às relacionadas à organização do trabalho, considerando cada item avaliado pelo instrumento. Fundamentou-se a ação do terapeuta ocupacional pela inserção no processo saúde e adoecimento, na promoção da saúde, prevenção do adoecimento e formação dos músicos enquanto trabalhadores e atores sociais, vislumbrando a transformação das situações de trabalho. Palavras Ergonomic activity analysis of the musicians of the Symphony Orchestra of Paraná state: risk factors and workloadsAbstract: This study aimed to investigate the risk factors present in the work activity and their impact on the health of the musicians of the Symphony Orchestra of Parana state. It is a descriptive qualitative research based on the method of Ergonomic Workplace Analysis of Francophone strand, used as a tool by occupational therapists in the health-work interface. The following procedures were performed: bibliographical survey, documental analysis of productivity data, production and quality of the task, systematic observation of the rehearsals of the Symphony Orchestra of Parana, task and workplace analysis with the application of Ergonomic Workplace Analysis (EWA) and, confrontation of the data analyzed with an instrumental musician. As a result, the study showed significant deviations with reference to the standards described in Brazilian Norm 17 (Ergonomics), especially regarding individual cognitive and physical demands as well as demands related to work organization, considering each item evaluated by this analytical instrument. The action of occupational therapy was grounded on the insertion in the health and illness process, health promotion, illness prevention, and training of musicians as workers and social actors, envisioning the transformation of work situations.

Prática instrumental e desconforto corporal: um estudo com músicos de violino e viola

“…Por este motivo, é importante educá-los sobre os riscos a que podem estar expostos, uma vez que estes podem levá-los a uma lesão relacionada ao trabalho 22,23 . Na ergonomia, posturas inadequadas por períodos prolongados e pausas insuficientes, são apresentados como alguns desses agentes estressores 24 . Segundo Mazzoni et al 25 somente a partir de 1980 houve um aumento do desenvolvimento da clínica dos músicos, organização da medicina artística e surgimento de pesquisas com investigações de prevalências, tratamentos e aspectos ergonômi-cos dos instrumentos usados.…”

Index of severity of musculoskeletal symptoms in keyboardists

“…These professionals have several predisposing factors for the appearance of occupational diseases [17], such as technique, length of study, and effort dedicated to their instrument, poor posture during their performance, technical difficulties during their execution, and muscle and joint diseases [18]. According to Lima and Simonelli [19], a musician uses the same amount of muscle activity as a sportsman. The consequences of these predisposing factors are great and lead to problems with daily living or even early career termination [20] because musicians tend to underestimate their problems and ignore pain and symptoms, such as compressive syndromes, focal dystonias, repetitive strain injuries, tendonitis, and tenosynovitis [21], which require treatment or rest [22].…”