Análise dos fatores de risco associados à depressão pós-parto: revisão integrativa

Abstract

Objetivo: Analisar criticamente a literatura produzida acerca dos fatores de risco da depressão pós-parto indicando os níveis de evidência nas pesquisas realizadas. Método: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura. Os dados foram coletados utilizando a base de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Electronic Library Online (SciELO), National Library of Medicine (MedLine), com associação dos descritores: pós-parto (postpartum), depressão (depression), fatores de risco (risk factors) e enfermagem (nursing). Resultados: Foram analisados 17 artigos, publicados no período de 2009 a 2014. Os principais fatores associados à depressão puerperal foram: não ter companheiro, números de filhos excessivos, gravidez na adolescência, falta de apoio da família, condições socioeconômicas desfavoráveis, violência doméstica e quadros anteriores de depressão. Conclusão: Acredita-se que a depressão pós-parto é uma doença que afeta mulheres no período gestacional e puerperal independentemente de idade, raça, religião e fator financeiro, sendo necessárias medidas como detecção precoce e apoio familiar para superação do quadro clínico.Palavras-chave: Depressão pós-parto; gravidez; saúde da mulher.Objective: Critically review of literature on postpartum depression risk factors indicating evidence provided by conducted researches. Method: This is an integrative literature review. Data were collected using the Literature Latin American and Caribbean Health Sciences (LILACS), Scientific Electronic Library Online (SciELO)and National Library of Medicine (MEDLINE) database with association of the following descriptors: postpartum; depression; risk factors; and nursing. Results: We analyzed 17 articles published from 2009 to 2014. The main factors associated with postpartum depression were: not having a partner, excessive number of children, teenage pregnancy, lack of family support, poor socioeconomic conditions, domestic violence and previous history of depression. Conclusion: It is accepted that postpartum depression affects women during pregnancy and puerperal period regardless of age, race, religion and socioeconomic status, requiring measures such as early detection and family support to overcome its clinical picture.

Mental disorder in the puerperal period: risks and coping mechanisms for health promotion / Transtorno mental no puerpério: riscos e mecanismos de enfrentamento para a promoção da saúde

“…The non-recognition of these symptoms by the puerperal women and relatives themselves may affect the interaction of the mother-child binomial and promote a progressive break down towards the puerperal relationship, then allowing an increase of an emotional imbalance. 22,4 Social support, as well as family support, is very important for the maintenance of mental health and coping with stressful situations peculiar to the puerperium phase. The role of this assistance in the different phases of life is also fundamental for mitigating stress factors that occur in the daily life, especially in moments in which several psychosocial and physiological changes are observed, as happens in this phase.…”

A depressão pós-parto na perspectiva dos profissionais de saúde

“…A depressão pós-parto pode gerar sérios riscos de saúde na mãe e no bebê, aumentando as complicações durante o parto e causando efeitos de longa duração ou permanentes no desenvolvimento infantil (1) . É uma patologia derivada de fatores relacionados ao sofrimento biopsicossocial, muitas vezes não controlada, tendo como principais fatores de risco a idade da mãe, ser solteira ou divorciada, condições socioeconômicas desfavoráveis, gravidez indesejada, complicações obstétricas, histórico de transtornos psiquiátricos prévios (2)(3) .…”

Transtorno De Adaptação Decorrente Do Parto: Avaliação De Sinais E Sintomas Em Puérperas

“…O transtorno de adaptação (TA) é definido pela classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS), particularmente o Código Internacional de Doenças 10 (CID-10), como sendo o estado de sofrimento e de perturbação emocional subjetivos, que dificulta o funcionamento e o desempenho social (1) . Caracteriza-se por ocorrer no curso de um período de adaptação a uma mudança existencial importante ou a um acontecimento estressante, traumático ou não, resultando em uma reação depressiva, ou perturbação das emoções e das condutas, de curta ou longa duração (2) .…”

“…Até 1987 o Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (DSM), afirmava que o TA possuía um diagnóstico transitório, não excedendo o período de seis meses, entretanto, em 2011 ao ser lançada a 4ª edição do DSM foi concebida a possibilidade da cronicidade do transtorno (3) . Entre os acontecimentos geradores do TA o processo da gestação, parto e puerpério pode proporcionar uma experiência assustadora, ansiosa e até mesmo traumática (2) . Essa percepção traumática do parto surge quando uma mulher acredita que existe uma ameaça séria ou significativa à sua própria vida (por exemplo, complicações obstétricas antecipadas ou inesperadas, cesárea de emergência), à vida do seu bebê (por exemplo, parto prematuro, natimorto), ou quando suas expectativas para o momento do parto não são alcançadas (4) .…”

“…Tendo em vista que a experiência do parto pode ocasionar o aparecimento do transtorno de adaptação (TA), que como consequência, pode gerar prejuízos à saúde materna e neonatal, influenciando o convívio social da puérpera com as pessoas que a cercam e na relação mãe-bebê (2,4,5) , torna-se necessário a investigação precoce e consequente intervenção de suporte, ou até mesmo de encaminhamento daquelas puérperas que porventura relatem algum tipo de transtorno emocional ou sinais de TA. É portanto, papel fundamental do profissional de saúde, que assiste a mulher no ciclo gravídico-puerperal, estar atento à condição mental e emocional da mulher no pósparto, sendo relevante lhe fornecer todas as informações sobre o que está ocorrendo (8) .…”