Análise da rotulagem nutricional de pães de forma com informação nutricional complementar comercializados no município de Belo Horizonte – MG

Abstract

A busca da população por alimentos práticos, rápidos e saudáveis tem aumentado a preocupação com a rotulagem nutricional visto que este é o principal veículo de informação ao consumidor sobre as características nutricionais dos alimentos embalados. Este estudo objetivou verificar o índice de conformidades e inconformidades da rotulagem de pães embalados diante das regulamentações vigentes. Para tanto, foi avaliada a rotulagem de 23 pães de forma com informação nutricional complementar disponíveis na região metropolitana de Belo Horizonte - MG. As análises foram realizadas através de uma lista de verificação produzida a partir dos requisitos estabelecidos pela legislação sendo classificados como “adequado” ou “inadequado”. Os resultados demonstraram que 95% dos rótulos analisados foram classificados como inadequado em algum dos parâmetros avaliados, sendo que 26% dos rótulos foram inadequados no parâmetro “Denominação de venda” e 35% no parâmetro “Tabela de Informação nutricional”. O quesito “Informação Nutricional Complementar” obteve o maior número de inadequações concentrando 82,6% da totalidade avaliada. Com base nos resultados obtidos concluiu-se que a falta de entendimento por parte dos fabricantes das leis detentoras da rotulagem nutricional no país entre outros fatores associados, podem explicar as frequentes falhas na rotulagem de alimentos embalados, o que pode ocasionar privação à informação e direito de escolha dos consumidores brasileiros.

Análise da rotulagem de bebidas mistas de frutas e vegetais denominadas detox

“…Outros estudos que avaliaram as irregularidades com relação à rotulagem em bebidas, também encontraram diferentes percentuais de NC, tais como: 28% em vinhos nacionais 21 , 77% em néctares de uva 22 e 33% em polpas de açaí 23 . Além de bebidas, podemos citar que diferenças de NC também se destacam nos mais variados produtos disponíveis ao consumidor, a exemplo de: 90% em produtos destinados ao público infantil 24 , 95% em marcas de pão de forma 25 , 86% em massas frescas 26 , 91% em barras de cereais light 27 , 97% em iogurtes 28 e, em diferentes categorias de alimentos, 81% 29 .…”

Análise Da Rotulagem De Alimentos Embalados E Com Declaração De Informação Nutricional Complementar

“…No presente estudo, todos os produtos analisados apresentavam valores nutricionais obrigatórios declarados em conformidade com o produto. Diferente do estudo realizado por Miranda et al (2017), o qual evidenciou que, de forma geral, 95% dos rótulos analisados continham uma ou mais irregularidades frente às legislações, o que representa um percentual muito significativo das amostras avaliadas como insatisfatórias em algum item.…”

“…No entanto, uma vez que estas declarações encontram-se inadequadas, o consumidor pode estar sendo enganado e fazendo uso de um produto que não atende às suas necessidades. Na mesma linha de pensamento, Miranda et al (2017) afirmam que os rótulos de produtos embalados devem seguir critérios determinados por órgãos oficiais de forma clara e precisa e devem conter informações que contribuam para a escolha do consumidor, além de garantir a segurança alimentar e nutricional.…”

Análise de rótulos de macarrões integrais de acordo com a legislação em relação ao teor de fibra e informações obrigatórias

“…Os tópicos não seguidos de maneira correta na RDC nº 259/02 (BRASIL, 2002) são os seguintes: 8% (n=2) da amostra utilizaram sinais, símbolos, emblemas, ilustrações ou outras representações gráficas que podem tornar a informação incorreta, induzindo o consumidor ao equívoco como emprego de sinais de positivo (+) na embalagem dando a ideia de adição de determinados nutrientes nos produtos e o uso do número 100%, potencializando uma especificação do produto. Miranda et al (2017) avaliaram 23 rótulos de pães de fôrma e verificouse que 26% continham frases, vocábulos ou desenhos que apresentavam falso conceito sobre vantagem e segurança em relação a produtos semelhantes, induzindo o comprador à falha ou engano. Smith e Almeida-Muradian (2011) analisaram os seguintes rótulos: Sobremesas congeladas, picolés, sorvetes, iogurtes e leite fermentados, leites em pó e UHT, chocolate ao leite e branco, bombons, biscoitos, alimentos à base de soja, repositores hidroeletrolíticos e repositores energéticos, alimentos específicos para o público infantil (cereais e alimentos para nutrição enteral ou oral), identificaram que 30,8% dos rótulos apresentaram frases que não estão previstas nos regulamentos técnicos e que podem induzir o consumidor ao erro.…”

“…Sobre a RDC 360/2003 que aprova o Regulamento Técnico sobre Rotulagem Nutricional de Alimentos Embalados, tornando obrigatória a rotulagem nutricional, exigindo a declaração do valor energético, carboidratos, proteínas, gorduras totais, gorduras saturadas, gorduras trans e sódio, no presente estudo verificaram-se adequações das informações nutricionais em 96% (n= 23) das amostras com relação à referida legislação e apenas 4% (n=1) em não conformidade, apresentando letra ilegível, o que possivelmente dificultaria o consumidor no momento da aquisição do macarrão. Miranda et al (2017) obtiveram 34,8% de inadequação nos rótulos de pães analisados em relação às informações nutricionais. Eles observaram que dos itens insatisfatórios, as inadequações se concentravam no cálculo incorreto que representou 44%, além de 55% na exposição incorreta da tabela nutricional.…”