Alimento e comida - Reflexões sobre história do alimento, consumo e significados

Abstract

A alimentação é um tema de estudos que vem atraindo o interesse de diversas disciplinas. Além das preocupações com a alimentação saudável e com distúrbios alimentares, recorrentes em estudos no campo da saúde, o consumo de alimentos tem atraído a atenção de pesquisadores do campo do marketing e dos estudos de consumo. As conversas sobre preparação de pratos, o compartilhamento de fotos de pratos finalizados inundam a mídia e as redes sociais e motivam pesquisadores a procurarem compreender mais profundamente a alimentação. Sendo assim, novas perspectivas estão sendo incorporadas à esta(s) prática(s) de consumo e, em concomitância, às pesquisas de consumo de comida. O objetivo do presente ensaio teórico é dar luz a alguns aspectos da história da alimentação e a conceitos de alimento e comida. Consideramos importante explorar essa discussão como forma de construir uma compreensão mais profunda a respeito dos aspectos simbólicos e culturais do consumo de comida. Dessa forma, trouxemos uma reflexão a respeito da história da alimentação e história da alimentação no Brasil e, em seguida, apresentamos uma discussão a respeito da distinção entre alimento e comida. Ao fim, sustentamos que o conhecimento sobre tais temas é importante, pois pode nos levar a novos entendimentos acerca do consumo de alimentos e comida. Consideramos este tipo de conhecimento fundamental para produção científica no campo de estudos de consumo de comida.

Aspectos da (in)segurança alimentar e nutricional vivenciados por mulheres marisqueiras

“…Essa cesta de alimentos diários, incluindo o 'feijão com arroz' e farinha, são comumente consumidos por populações vulneráveis como primordiais para o corpo, para a sobrevivência 31 , vez que tendem a saciar a fome por um longo período de tempo e trazem consigo a energia de sustentação do corpo que as marisqueiras disseram precisar para bem realizar seu trabalho.…”

Minhas Casas e Minhas Escolhas: Articulações entre consumo e segurança ontológica de expatriados brasileiros

“…As falas dos entrevistados apontaram que o consumo de alimentos pode colaborar para essa regulação identitária. Os hábitos alimentares são imersos em dimensões simbólicas e culturais do indivíduo (Yamagata & Sauerbronn, 2019) e o consumo de alimentos apareceu nas falas dos entrevistados como forma de busca pela segurança ontológica do expatriado. No trecho apresentado a seguir, vemos que o expatriado buscou formas de adaptar seu consumo à sua identidade cultural e à cultura do país destino, fazendo do consumo um facilitador de sua adaptação em busca de maior segurança ontológica.…”