“…O que remete às ideias desenvolvidas por Áries (1980) sobre as diferentes motivações para redução da fecundidade, em que se pode concluir que a queda da fecundidade no grupo entrevistado parece seguir motivos ainda de uma cultura "orientada para a criança", o que leva a um enorme investimento sentimental e financeiro em prol dos filhos, oferecendo-lhes oportunidades que eles não tiveram. Quando comparados com casais de contextos metropolitanos e de maior escolaridade (Carvalho, 2018), percebe-se uma diferença importante destas motivações para redução da fecundidade, em que, no contexto mais desenvolvido, a vida não é mais planejada em termos das crianças e seu futuro, e ter filhos não é mais uma necessidade entre os casais. E, portanto, a baixa fecundidade realizada se relaciona às motivações ligadas à busca da realização pessoal, e não ao investimento na criança.…”