Ações Na Estratégia Saúde Da Família Para Combate À Sífilis Congênita

Abstract

A sífilis é uma doença de transmissão predominantemente sexual, causada pelo Treponema pallidum. A temática da sífilis, embora seja antiga, tornou-se contemporânea em virtude dos números expressivos de casos em gestantes, de conceptos infectados e dos desfechos negativos em tais situações. O atual panorama brasileiro no que se refere à atenção primária mostra de forma clara e consistente diversas ações e avanços no contexto das políticas públicas de saúde, sobretudo relacionadas à Estratégia Saúde da Família, que tem papel relevante no combate à sífilis congênita. O presente trabalho tem como objetivo relatar a experiência desenvolvida e os avanços obtidos no combate à sífilis congênita no município baiano de Ibicaraí-BA, onde foram realizadas atividades para qualificação dos profissionais médicos e de enfermagem no manejo e conduta para o atendimento às gestantes com sífilis. Espera-se demonstrar a efetividade do trabalho em rede, com a valorização dos espaços coletivos de trabalho, e o alcance de resultados significativos diante dos objetivos propostos.

Sífilis gestacional: barreiras na assistência pré-natal e o controle da transmissão vertical

“…Um das principais barreiras diz respeito a não realização às consultas pré-natais. Este fator pode ter diversas consequências, incluindo a detecção e o tratamento da sífilis, como a testagem regular, monitorização do tratamento, prevenção da transmissão vertical, educação e aconselhamento (Leal et al, 2021;Santos;Gomes, 2019). Diante disso, é fundamental a realização das consultas de pré-natal, pois realiza-se uma assistencial integral e adequada à saúde da mãe e do feto (Ferro et al, 2020).…”

“…A realização de campanhas educativas torna-se fundamental para dar ênfase à importância do acompanhamento pré-natal, promover a educação e incentivar a adoção de comportamentos saudáveis, dando visibilidade a promoção da saúde no período gestacional (Oliveira, 2021;Santos;Gomes, 2019). Através de campanhas educativas, é possibilitado conscientização, informações de cuidado e prevenção, desconstrução de mitos e redução de estigmas, incentivo ao diagnóstico de problemas que surgem na gestação e o engajamento da comunidade e dos profissionais de saúde (Ferro et al, 2020).…”

“…Este fator pode influenciar negativamente em alguns aspectos, bem como a falta de conhecimento sobre as condutas adequadas na sífilis gestacional e das diretrizes clínicas, falta de habilidade, comunicação e sensibilidade cultural e a falta de acesso a recursos tecnológicos (Domingues et al, 2021). O investimento em programas de educação continuada é essencial para garantir que os profissionais da saúde tenham conhecimentos atualizados e sejam capazes de prestar cuidados de qualidade (Santos;Gomes, 2019).…”

“…A necessidade e o fortalecimento de políticas nacionais eficazes para prevenir a sífilis durante a gravidez também é considerado um grande problema. Estratégias específicas, como a oferta de exames de rotina a todas as mulheres grávidas, são fundamentais para controlar a transmissão vertical e reduzir a incidência desta infecção (Santos;Gomes, 2019).…”