Ações Do Imaginário Organizacional Moderno Na Subjetividade De Jovens Aprendizes Do Setor Bancário

Estresse ocupacional: um estudo comparativo com jovens trabalhadores

“…A palavra juventude tem apresentado significados diferentes conforme o contexto histórico, social, econômico e cultural, sendo um conceito que transcende a questão da faixa etária (Minayo-Gomez & Meirelles, 1997). A idade é um dos eixos ordenadores da atividade social em todas as sociedades, contudo, as segmentações etárias são ambíguas e difíceis de definir, visto que os conceitos de criança, jovem, adulto e idoso não são precisos e possuem diferentes limites (Franco et al, 2017). Sendo assim, apesar do evidente papel da biologia sinalizando as mudanças de fases do ser humano, pensar a juventude como fase universal é desconsiderar as condições culturais, psicossociais, econômicas, étnicas e regionais dos jovens (Kliksberg, 2006;Lemos, 2012;Rocha-De-Oliveira et al, 2012), de forma que se torna mais adequado pensar em juventudes, que podem ser consideradas biopsicossociais.…”

“…Os aspectos socioeconômicos se fazem relevantes para pensar a juventude, considerando que, historicamente, há uma diferença entre a juventude dos mais ricos e a juventude dos mais pobres. As elevadas desigualdades socioeconômicas contribuem para que aos jovens de famílias pobres seja delegado o lugar de trabalhador, sendo que o afastamento dessa condição os transforma em um potencial alvo para a criminalidade (Picanço, 2015;Franco et al, 2017), especialmente em uma sociedade em que o trabalho é determinante na diferenciação entre o "cidadão" e o "marginal" (Veriguine et al, 2014).…”

“…A heterogeneidade e as desigualdades da sociedade brasileira acabam por refletir na situação dos jovens, relacionando-se ao acesso a direitos, bens e serviços (Franco et al, 2017) e influenciando as possibilidades de ingresso no trabalho decente (Costanzi, 2009). Ao vencer as dificuldades de inserção, é comum que os jovens vivenciem condições precárias e transitórias em suas experiências laborais, enfrentando dificuldades na manutenção de sua empregabilidade e apresentando índices de desemprego consideravelmente maiores em comparação ao restante da população economicamente ativa (Reis, 2015).…”

“…No Brasil, a idade mínima para ter um trabalho formal é 16 anos, entretanto, há a exceção do jovem na condição de aprendiz, categoria que abrange os trabalhadores com faixa etária compreendida entre 14 e 24 anos (Brasil, 2000). Diante da possibilidade de ingressar no mercado de trabalho de maneira precoce, o jovem pode adquirir maior independência e aprendizado, contudo, precisa amadurecer mais rapidamente e, muitas vezes, renunciar a um grau de escolarização maior, além de ser submetido a uma sobrecarga de tarefas e/ou redução do período de lazer (Minayo-Gomez & Meirelles, 1997; Franco et al, 2017).…”

“…Desse modo, o trabalho se torna uma estratégia de sobrevivência econômica para jovens de famílias mais pobres, embora o trabalho precoce traga custos sociais aos mais jovens, como a falta de escolarização, que poderia ser um meio de se conseguir melhor colocação no mercado de trabalho, ou uma sobrecarga de tarefas ao conciliar educação e trabalho, por exemplo, tendo como consequência desgastes físico e mental, além da redução do período de lazer (Franco et al, 2017).…”