A visão médica do parto domiciliar: factível ou utópico?

Abstract

Objetivo: conhecer o que médicos atuantes na área obstétrica pensam a respeito da prática do parto domiciliar. Método: trata-se de estudo descritivo, abordagem qualitativa direcionada a médico com experiência na área obstétrica, em uma maternidade pública da cidade de Goiânia, referência para parto humanizado. Utilizou entrevista aberta em profundidade para coleta de dados com posterior análise fenomenológica. Resultados: foram entrevistados 14 médicos obstetras. Estes, em sua maioria, relatam que o parto domiciliar não possui força cultural e profissional para ser realizado. Apresentaram diversos pontos negativos, como falta de estrutura e tecnologia apropriada, falta de preparo da equipe médica e considerou este método ultrapassado, tendo em vista o avanço da medicina. Conclusão: os resultados evidenciaram que o despreparo médico vem se arrastando por décadas quando o assunto é parto humanizado, tudo devido à institucionalização do parto e a posse do parto como ato médico e não mais da mulher.

Exploring social and health care representations about home birth: An Integrative Literature Review

“…Health professionals also emphasize that they have an essential role because they are constantly in direct contact with patients; childbirth should therefore be understood as something more than a biological event (Frank & Pelloso, 2013). However, some professionals believe that home birth is not sufficiently backed culturally and professionally; they point to the lack of adequate technology, infrastructure, and training of medical personnel as major factors to consider, and that home birth is outdated given current medical advances (Matão, Miranda, Costa, & Borges, 2016).…”

“…Results relating to the Institutional Dimension of Childbirth reveal differences with the discourse of international institutions and health professionals. The latter do not support home birth as they associate home birth with insecurity and higher perinatal mortality rates (Frank & Pelloso, 2013; Matão et al, 2016).…”

Cultura De Segurança Do Paciente: Percepção Multidisciplinar Em Unidade Terapia Intensiva Neonatal

“…Observou-se que a maioria dos entrevistados, médicos obstetras, relata não possuir experiência com o parto domiciliar e, além disso, não expressa pretensão em realizá-lo. Os resultados encontrados refletem o perfil nacional na assistência obstétrica, pois demonstra, na maioria das vezes, a falta de experiência e de conhecimento dos médicos com relação à prática do parto domiciliar (MATÃO et al, 2016).…”

“…Este temor se dá devido ao maior esclarecimento das pessoas acerca dos direitos obstétricos, caso haja complicações relacionadas ao momento do parto e que não eram esperadas. Assim os profissionais acreditam que está mais exposto aos processos judiciais, motivo pelo qual tenta ao máximo evitar situações estressantes (MATÃO et al, 2016).…”

Experiences on the childbirth process: antagonism between desire and fear / Vivências no processo de parturição: antagonismo entre o desejo e o medo

“…These include: the previous experiences of the woman or her relatives, the social context in which she lives and her understanding of childbirth, based on the care received by health professionals in the pregnancy-puerperal cycle. 9 In this sense, prenatal care must be multiprofessional, welcoming and include educational activities to demystify beliefs and taboos from the reflection and construction of knowledge about this period. 4 The participants' reports showed the lack of guidance, which reflected negatively in their bodies and in the ignorance of their rights.…”