2020
DOI: 10.17533/udea.mut.v13n2a02
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A tradução de Zora Neale Hurston para o cânone antropológico: Práticas de extensão desde uma perspectiva feminista e interseccional

Abstract: Na nossa prática de pesquisa, ensino e extensão interligadas, nos valemos dos processos tradutórioscomo ferramenta para ampliar lugares de fala. Aqui discutimos os processos de leitura e tradução de alguns textos escolhidos de autoria de Zora Neale Hurston, antropóloga, ativista e artista afro-norte-americana dos anos 1930, que inspirou uma geração de pensadoras e escritoras negras vinculadas aos direitos humanos através da escrita de compilações folclóricas, ensaios autobiográficos, ficções etnográficas, cont… Show more

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“…Fortemente marcada pela presença do eu autoral de Hurston, foi considerada subjetiva demais para ser entendida como ciência social (Boxwell, 1992). Ironicamente, o livro acabou por antecipar com maestria debates que tensionariam o campo antropológico anos depois (Cotera, 2021;Böschemeier et al, 2020). A partir da década de 80, no marco do que ficou conhecido como virada pós-moderna Marcus, 2016), vimos questões sobre a subjetividade em campo ganhar centralidade nos debates sobre o fazer antropológico e observamos escritas etnográficas autorais e posicionadas serem apresentadas como um caminho para tensionar e explicitar criticamente a relação hierárquica desigual estabelecida pelos antropólogos com seus interlocutores.…”
Section: Considerações Finaisunclassified
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“…Fortemente marcada pela presença do eu autoral de Hurston, foi considerada subjetiva demais para ser entendida como ciência social (Boxwell, 1992). Ironicamente, o livro acabou por antecipar com maestria debates que tensionariam o campo antropológico anos depois (Cotera, 2021;Böschemeier et al, 2020). A partir da década de 80, no marco do que ficou conhecido como virada pós-moderna Marcus, 2016), vimos questões sobre a subjetividade em campo ganhar centralidade nos debates sobre o fazer antropológico e observamos escritas etnográficas autorais e posicionadas serem apresentadas como um caminho para tensionar e explicitar criticamente a relação hierárquica desigual estabelecida pelos antropólogos com seus interlocutores.…”
Section: Considerações Finaisunclassified
“…Ainda no início de nossa formação enquanto antropólogos, quando somos provocados a refletir sobre os temas "clássicos" da disciplina e a estudar e compreender o processo de consolidação da Antropologia enquanto uma ciência autônoma, comumente, somos conduzidos a uma lista de referências "incontornáveis" que transformam os primeiros anos de contato com a teoria antropológica em um longo período de leituras de trabalhos produzidos por antropólogos brancos -homens, em sua imensa maioria. Indo de encontro a iniciativas que têm buscado tencionar os processos excludentes que permeiam a solidez irrepreensível dos cânones antropológicos (Böschemeier et al, 2020), colocando em evidência a "necessidade de uma revisão profunda dos currículos e dos clássicos da antropologia" (Hurston, 2019;Basques, 2019) abordados no Brasil, proponho nesse ensaio um caminho alternativo ao quadro de leituras embranquecido e masculino acerca de um dos períodos formativos da disciplina, apresentando uma reflexão sobre alguns elementos da obra de Zora Hurston, escritora e intelectual negra estadunidense, a quem, durante muito tempo, foi negado o reconhecimento devido por seus trabalhos realizados enquanto antropóloga. Apesar de ter se tornado mais conhecida por seus escritos como romancista, em um certo período de sua trajetória, a autora teve Franz Boas como orientador e professor, antropólogo considerado por muitos o pai da Antropologia Cultural norte-americana.…”
Section: Introductionunclassified
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