Abstract:Resumo Este ensaio tem a intenção de re-colocar o marxismo -como corpo epistemológico, teórico, metodológico e político voltado para a superação do capitalismo -na pauta do debate conceitual e polí-tico do campo da Saúde Coletiva. Discute o campo simbólico como campo de expressão de ideologias que sustentam o capitalismo e que utiliza, dentre outras estratégias, o silenciamento sobre o marxismo, e mesmo sobre o capitalismo, para esvaziar a crítica e o questionamento político. Relaciona estes mecanismos à saúde… Show more
“…Ao refutar a tese da neutralidade do conhecimento, Barbosa (2010) se vale da noção de imperialismo simbólico de Bourdieu para analisar a infiltração dos preceitos neoliberais no campo da saúde coletiva. A supressão de conceitos, ou o silêncio sobre eles, serviria para torná-los invisíveis e, portanto, excluir problemáticas da discussão teórica e também política.…”
Section: Saúde Pública E Saúde Coletiva/medicina Social Como Campo CIunclassified
“…Apontam como possível explicação para seus achados uma deficiente formação teórico-metodológica dos autores, facultada pelas instituições de educação nessa área. Barbosa (2010), ao recuperar a ideia de campo como espaço de lutas, reflete sobre o papel das teorias sociais nesse embate e sobre sua repercussão na produção acadêmica no campo da saúde. Do texto da autora depreendese que a preeminência de certas teorias sociais sobre outras, ou até mesmo a aparente ausência destas, relaciona-se intimamente com os contextos sociopolítico e acadêmico.…”
Section: Saúde Pública E Saúde Coletiva/medicina Social Como Campo CIunclassified
“…Como destaca Barbosa (2010), o marxismo serviu de importante referência teórica no campo da saúde coletiva até fins da década de 1980. A autora faz uma ressalva nesse ponto, dizendo que outras perspectivas interpretativas do marxismo, calçadas no referencial dialético e relacional, sempre existiram, mesmo no campo contra-hegemônico.…”
Section: Saúde Pública E Saúde Coletiva/medicina Social Como Campo CIunclassified
Resumo Determinação social da saúde e determinantes sociais da saúde têm se apresentado como sinônimos em um contexto de retomada do tema. A concepção de determinação e determinantes e a historicidade desses modelos teóricos transcende o plano acadêmico, ao se considerar a particularidade envolvendo saúde pública, saúde coletiva e medicina social, em que ciência e política se relacionam estreitamente. Ao se delinearem diferenças entre essas denominações, procura-se neste ensaio recuperar, no plano teórico, a elaboração de determinação social da saúde, destacando sua relação com o conhecimento produzido na América Latina e sua repercussão no Brasil, bem como as influências dos paradigmas científicos, epistemológicos, arcabouços teóricos e projetos em disputa nesse campo. Para abranger dimensões políticas e acadêmicas que os modelos teóricos comportam, recorremos ao auxílio de autores que transitam entre diferentes campos de conhecimento. Sem a pretensão de esgotar todos os possíveis pontos de contemplação que nossa incursão proporcionou, apresentamos uma síntese de nossa concepção do modelo teórico de determinantes sociais da saúde e sobretudo de determinação social da saúde, que propomos desmembrar em duas categorias, determinação estrutural e determinação estrutural-relacional, para, ao enfatizar epistemologicamente a complexidade, permitir melhor contemplação de avanços teóricos e metodológicos.
“…Ao refutar a tese da neutralidade do conhecimento, Barbosa (2010) se vale da noção de imperialismo simbólico de Bourdieu para analisar a infiltração dos preceitos neoliberais no campo da saúde coletiva. A supressão de conceitos, ou o silêncio sobre eles, serviria para torná-los invisíveis e, portanto, excluir problemáticas da discussão teórica e também política.…”
Section: Saúde Pública E Saúde Coletiva/medicina Social Como Campo CIunclassified
“…Apontam como possível explicação para seus achados uma deficiente formação teórico-metodológica dos autores, facultada pelas instituições de educação nessa área. Barbosa (2010), ao recuperar a ideia de campo como espaço de lutas, reflete sobre o papel das teorias sociais nesse embate e sobre sua repercussão na produção acadêmica no campo da saúde. Do texto da autora depreendese que a preeminência de certas teorias sociais sobre outras, ou até mesmo a aparente ausência destas, relaciona-se intimamente com os contextos sociopolítico e acadêmico.…”
Section: Saúde Pública E Saúde Coletiva/medicina Social Como Campo CIunclassified
“…Como destaca Barbosa (2010), o marxismo serviu de importante referência teórica no campo da saúde coletiva até fins da década de 1980. A autora faz uma ressalva nesse ponto, dizendo que outras perspectivas interpretativas do marxismo, calçadas no referencial dialético e relacional, sempre existiram, mesmo no campo contra-hegemônico.…”
Section: Saúde Pública E Saúde Coletiva/medicina Social Como Campo CIunclassified
Resumo Determinação social da saúde e determinantes sociais da saúde têm se apresentado como sinônimos em um contexto de retomada do tema. A concepção de determinação e determinantes e a historicidade desses modelos teóricos transcende o plano acadêmico, ao se considerar a particularidade envolvendo saúde pública, saúde coletiva e medicina social, em que ciência e política se relacionam estreitamente. Ao se delinearem diferenças entre essas denominações, procura-se neste ensaio recuperar, no plano teórico, a elaboração de determinação social da saúde, destacando sua relação com o conhecimento produzido na América Latina e sua repercussão no Brasil, bem como as influências dos paradigmas científicos, epistemológicos, arcabouços teóricos e projetos em disputa nesse campo. Para abranger dimensões políticas e acadêmicas que os modelos teóricos comportam, recorremos ao auxílio de autores que transitam entre diferentes campos de conhecimento. Sem a pretensão de esgotar todos os possíveis pontos de contemplação que nossa incursão proporcionou, apresentamos uma síntese de nossa concepção do modelo teórico de determinantes sociais da saúde e sobretudo de determinação social da saúde, que propomos desmembrar em duas categorias, determinação estrutural e determinação estrutural-relacional, para, ao enfatizar epistemologicamente a complexidade, permitir melhor contemplação de avanços teóricos e metodológicos.
“…Simões Barbosa (2010) apropriando-se de Bourdieu ( 2000) explica que o sociólogo francês ao analisar esta questão classificou como "imperialismo simbólico" a supressão do léxico sociológico contemporâneo de conceitos como: capitalismo, classe, exploração, dominação, desigualdade, dentre outros, revogados sob o pretexto de obsolescência ou impertinência. A gravidade desta questão, diz Bourdieu (2000, p. 10-11), "é que essa 'nova vulgata' ideológica instituiu como conceitos 'universais' seus próprios termos -diversidade, identidade, diferenças, fragmentação etc.…”
Section: Na Sociedade De Classes a Quem Serve O Conhecimento?unclassified
A intenção deste ensaio é recolocar o marxismo como opção epistemológica, teórica, metodológica e política no campo do debate da educação, particularmente, da educação profissional. Procuramos, esquematicamente, apresentar três dimensões articuladas, que denominamos de impasses da educação profissional frente ao capitalismo periférico no Brasil. Inicialmente discutimos o campo simbólico como campo de expressão das ideologias que sustentam o capitalismo e que utiliza, dentre outras estratégias, o silenciamento sobre o marxismo, e mesmo sobre o capitalismo, no sentido de esvaziar a crítica e o questionamento político. Em seguida relacionamos esses mecanismos à educação profissional, identificando como o capitalismo neoliberal opera. Também apresentamos alguns fundamentos filosóficos, teóricos e metodológicos da “teoria da práxis”, mostrando a indissociabilidade entre teoria crítica e ação transformadora. Por fim, nas considerações finais reafirmamos a posição inicial em recolocar o marxismo como instrumental fundamental na compreensão das políticas educacionais, já que estão imersas na sociedade capitalista contemporânea, hoje hegemônica.
“…Apesar da incompletude do campo, Barbosa (2010), Stotz (1997), e Lacaz (2001 reafirmam o materialismo histórico como referencial para a investigação em Saúde Coletiva, frente ao momento histórico contemporâneo: "nos termos de uma teoria social crítica, a compreensão dessas tendências globalizadoras do capital transnacional e a contestação das formulações elaboradas pelas agências técnico-políticas mundiais, requerem que se resgate a noção de totalidade" (Stotz, 1997, p. 282 No contexto do desenvolvimento da acumulação capitalista na era do desenvolvimento da produção fabril e da constituição da classe trabalhadora, as diferentes condições de classe resultavam em diferentes condições de saúde e a produção era comprometida pelo adoecimento dos trabalhadores. Agregou-se, portanto, à necessidade do controle das epidemias, a necessidade social de recuperar os corpos doentes dos trabalhadores (Campos, Bataiero, 2007).…”
Section: Doença: Aproximações Do Objeto E Desenvolvimento Do Conceitounclassified
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