A relação entre autismo, família e aprendizagem, em artigos da base de dados Scielo (2003-2019)

Abstract

RESUMO: Tem-se como norteador deste estudo a seguinte pergunta de pesquisa: Como a família influencia a aprendizagem de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA)? Foi realizada uma revisão de literatura integrativa na base de dados da Scielo (Scientific Electronic Library Online) com a combinação dos seguintes descritores: autismo; família; e aprendizagem. Obteve-se 21 artigos, entre pesquisas empíricas (13) e bibliográficas (8), que estabeleciam a seguinte relação com a pergunta norteadora: relação direta; relação indireta; relação enquanto pressuposto afirmativo. Os resultados indicam um consenso quanto a ser importante a participação da família em intervenções terapêuticas e pedagógicas. No entanto, percebe-se a necessidade de se superar a concepção unicamente biomédica, afim de abranger concepções sistêmicas e inclusivas, que concebam a família como protagonistas em realidades complexas. PALAVRAS-CHAVE:Autismo. Família. Aprendizagem. RESUMEN:Este estudio se guía por la siguiente pregunta de investigación: ¿Cómo influye la familia en el aprendizaje de las personas con trastorno del espectro autista (TEA)? Se realizó una revisión de literatura integradora en la base de datos Scielo (Scientific Electronic Library Online), mediante la combinación de los descriptores: autismo; familia; y aprendizaje. Se obtuvieron 21 artículos, incluyendo investigaciones empíricas (13) y bibliográficas (8), que establecieron la siguiente relación con la pregunta de investigación: relación directa; relación indirecta; relación de suposición afirmativa. Los resultados indican el consenso sobre la importación de la participación de la familia en intervenciones terapéuticas y pedagógicas. Sin embargo, se percibe una necesidad de superar una concepción unicamente biomédica, con el objetivo de considerar las concepciones sistémicas e inclusivas, que conciben la familia como protagonistas en realidades complejas.

Percepção materna sobre o comportamento de crianças com transtorno do espectro autista e a atuação de profissionais na intervenção multidisciplinar

“…6,15 Acerca dos profissionais inclusos no tratamento (Tabela 1), a maior parte foram médicos (57,2%), talvez isso seja explicado pela necessidade do diagnóstico nas primeiras consultas, todavia, vale ressaltar que, na medicina -em sua atuação isolada, isto é, sem atuação multidisciplinar -os profissionais não estão preparados, de forma literal, para detectar o TEA, isso gera riscos e pode impossibilitar uma intervenção precoce em crianças com TEA. 16,[8][9][10] Sobre a percepção materna no que diz respeito à atuação multidisciplinar para o tratamento do TEA, 90% das mães consideram o atendimento multidisciplinar importante para o tratamento, e 10% das mães manifestaram indiferença sobre o assunto. Mediante os dados obtidos nesta pesquisa foi possível verificar que os sintomas mais notáveis do TEA são demonstrados após os três primeiros anos de vida da criança, tendo como principais características: dificuldades de se relacionar com pessoas, atraso na fala e insistência obsessiva em manter a monotonia da rotina, informações apresentadas também na literatura.…”

“…6,9 Isso pode ser preocupante pelo fato de que a intervenção precoce depende da identificação e diagnóstico o mais breve possível -podem partir da análise de dificuldades específicas na orientação para estímulos sociais, contato ocular social, atenção compartilhada, imitação motora e jogo simbólico. 5,6,7,9,10 Algumas das principais metas do tratamento visam propiciar a aprendizagem cognitiva, social e da linguagem, reduzir a rigidez e as estereotipias, eliminar comportamentos contestáveis e diminuir o estresse da família. A eficácia do teste necessita da experiência e do conhecimento dos profissionais sobre o TEA e das suas habilidades para trabalhar em uma equipe multidisciplinar e com a família.…”

“…Nesta pesquisa, os sintomas mais notáveis são vistos e/ou diagnosticados após os três primeiros anos de vida da criança, caracterizando um problema relacionado ao diagnóstico tardio. Por fim, chama-se a atenção para a adequação dos profissionais envolvidos na intervenção do TEA, haja vista que a distribuição de atuações se concentrou na área da medicina (57,2%), entretanto, deve-se destacar as importâncias e especificidades que cada uma das profissões envolvidas possui, uma vez que, no século XXI, predomina-se a abordagem biopsicossocial em detrimento do modelo biomédico 16,[8][9][10].…”

Desafios no Cotidiano de Famílias com Crianças e Adolescentes com Transtorno do Espectro do Autismo / Challenges in the Daily Life of Families with Children and Adolescents with Autism Spectrum Disorder

“…Os voluntários também foram questionados sobre as mudanças no cotidiano, sonhos e projetos em virtude do diagnóstico da criança/ adolescente. Apenas 12 participantes relataram que o diagnóstico não trouxe a necessidade de adequações, entretanto 78 informaram que foi necessário fazer mudanças na organização da vida familiar, pessoal e financeira por conta do diagnóstico, fato esse que concorda com dados da literatura que informaram que a presença de uma criança com TEA gera forte impacto e altera significativamente a rotina, hábitos, sonhos, projetos pessoais, acadêmicos e profissionais (BELO et al, 2020).…”