A pós-graduação em Design no Brasil: cenário atual e perspectivas

Abstract

Este artigo trata do cenário atual e das perspectivas da pós-graduação em Design no Brasil. Para atender a este objetivo e alicerçarmos uma análise de contexto, bem como prospectar um dos muitos cenários futuros, retomamos a origem da pós-graduação brasileira no sentido literal do termo, ou seja, a pós-graduação como atividade de stricto sensu, qual seja, mestrado e doutorado. Abordamos o papel indutor da Coordenação de Aperfeiçoamento em Nível Superior - CAPES e a Avaliação Multidimensional. Dentre os novos instrumentos de avaliação, evidenciamos o Planejamento Estratégico (PE) como indutor da individuação dos programas de pós-graduação e seus possíveis impactos. Por fim, apresentamos dados que apontam para a estabilidade do Sistema Nacional de Pós Graduação - SNPG e refletimos sobre o estado atual e perspectivas da pós-graduação em Design no Brasil.

Apresentação de uma ideia

“…A década de 1990 foi marcada pelo início dos programas de pós-graduação para obtenção do título de mestre em Design no Brasil. A PUC-Rio iniciou esse momento com o primeiro mestrado na área em 1994, sendo fruto de amadurecimento de incipientes cursos de especialização em design iniciados em anos anteriores, notadamente nas regiões sul e sudeste, com predominância em São Paulo e no Rio de Janeiro (Moraes, 2014;Sobral, 2022).…”

Educação, design e projeto

“…Niemeyer (2000) No período do assim denominado "milagre econômico brasileiro", as políticas econômicas do governo militar priorizaram a atividade industrial como o fator essencial do desenvolvimento e a inserção de estruturas internacionais de produção. Dijon de Moraes (2014), pesquisador na teoria do design, analisa que as práticas de abertura de mercado às empresas multinacionais, possibilitaram a transferência de modelos para o Brasil com um menor custo produtivo acompanhado da perda de qualidade dos produtos finais. A necessidade de firmar uma identidade nacional por meio da valorização de fontes históricas, étnicas e culturais, foi substituída pela alienação à realidade brasileira e a adesão a valores estrangeiros com foco nas questões fabris (MORAES, 2014, p.7).…”