A política de vacinação contra o HPV no Brasil: a comunicação pública oficial e midiática face à emergência de controvérsias

Abstract

<p>O artigo discute a controvérsia suscitada pela campanha da vacina HPV (<em>Human papillomavirus</em>), implementada pelo Ministério da Saúde brasileiro em 2014. Analisamos as estratégias de comunicação do Ministério de Saúde para divulgar a vacina e as reações sociais veiculadas pela imprensa. A análise se baseia no conceito de comunicação pública, no que tange à permeabilidade do Estado a controvérsias; e no conceito de tradução proposto pelos estudos sociais da ciência. Verificamos que a comunicação oficial enfocou a divulgação procedimental da vacina, enquanto a mídia expôs a controvérsia sobre riscos e implicações sociais e éticas. Embora a comunicação de governo tenha sido refratária aos questionamentos do público na primeira fase de vacinação, na segunda houve tentativa de respondê-los, mas sem considerável sucesso. Os relatos de efeitos adversos surgiram com maior evidência neste segundo momento, culminando na redução do alcance da vacinação.</p>

Análise dos indicadores de saúde sexual e reprodutiva de adolescentes brasileiros, 2009, 2012 e 2015

“…A study has estimated that the global burden of disease among people aged from 10 to 24 years points to unprotected intercourse as a major cause for the increasing number of missed years due to disability adjusted life years (DALYs) among these individuals 7,9 . Low coverage of vaccines against the human papillomavirus (HPV) has also been observed in Brazil 10 and it is caused by insufficient adherence of parents and adolescents, due to religious motives, relation of HPV with sexual intercourse and adverse effects, including mistaken information without any scientific evidence 10,11 . Besides, many adolescents do not recognize HPV as being a STI 12 The lack of information about health and rights, difficult access to contraceptive methods, cultural and social aspects, low schooling and income, violence and sexual abuse, as well as gender inequalities, are factors that contribute with the persistence and increase of these problems among adolescents 2,12,13 .…”

Comparação Entre Tecnologias Educacionais Sobre Vacinação Contra Papilomavírus Humano Em Adolescentes

“…A estratégia inicial de aplicação da vacina nas escolas e Estratégias de Saúde da Família foi direcionada para meninas de 9 a 13 anos. Em 2016 houve ampliação da faixa etária e a disponibilização também para meninos (3)(4) .…”

“…Existe resistência em relação à vacinação relacionada à sexualidade, principalmente entre grupos religiosos, por acreditarem que a vacina incentiva à iniciação sexual, além de haver veiculação negativa pela mídia sobre o assunto (4) . Vários municípios brasileiros apresentaram queda de cobertura entre as doses, ficando abaixo de 50% na segunda dose.…”

“…Vários municípios brasileiros apresentaram queda de cobertura entre as doses, ficando abaixo de 50% na segunda dose. Tal fato evidencia uma significativa falta de adesão dos usuários (4) .…”

La biomedicalización del riesgo sexual en América Latina en el siglo XXI

“…Otras analizan la política de vacunación brasileña(79). Otros trabajos se han enfocado en el análisis de la percepción, los conocimientos y las actitudes sobre la prevención del vph en jóvenes, y resaltan que la mayoría de las personas entrevistadas no tienen información sobre este virus, ni sus estrategias biomédicas de prevención y tratamiento, por lo que se hace urgente tener programas educativos sobre la prevención y la salud sexual, pues muchas personas indicaron su intención de ser vacunadas si existiera la vacuna de manera gratuita(80)(81)(82)(83).…”