“…O processo de legitimação de hierarquias na ciência -que indicam o "Sul" e o "Norte", o "centro" e a "periferia" -sustenta -se, como dito acima, na prática que se orienta por expectativas hierárquicas generalizadas. Em contextos nos quais os trabalhadores do conhecimento atribuem -se a si mesmos uma condição de inferioridade, suas expectativas sobre o conhecimento, método e objeto que produzem se veem inferiorizados e periferizados, a despeito do que quer que façam: "a prática cotidiana da ciência nestes contextos é orientada por valores e procedimentos, conscientes ou não, de subalternização" (Neves, 2020). Ou seja, há uma tendência, subjetivamente orientada, que no Sul global os trabalhadores do conhecimento já partem de uma posição de inferioridade, porque, ao ter como referência outros contextosonde se formaram, periódicos nos quais os líderes de suas áreas de saber publicaram, congressos de grande circulação -, criam "dinâmicas atencionais" (Zerubavel, 2015) que organizam a lógica da relevância científica contra si.…”