2019
DOI: 10.1590/15174522-02105003
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Periferia pensada em termos de falta: uma análise do campo da genética humana e médica

Abstract: Resumo Este artigo busca discutir dimensões da relação entre centros e periferias na produção e circulação do conhecimento, a partir de um estudo de caso que se debruça sobre a área da genética humana e médica no Brasil. Para tanto, realizou-se um trabalho de campo que compreendeu a seleção de uma amostra de pesquisadores da área no Brasil, que levou à identificação dos programas de pós-graduação “de excelência”, localizados em quatro universidades públicas: Universidade de São Paulo - campus Ribeirão Preto; U… Show more

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“…Nas relações de internacionalização do conhecimento científico, observam-se as marcas do que Fabrício Neves denomina processo de periferização (Neves, 2020). Assumir um lugar periférico na hierarquia significa, na prática, aprender com os países vistos como centrais; significa buscar em outro lugar o que não sabemos aqui, ou que é visto como aquilo que nos "falta" (Ferreira, 2019). Por outro lado, essa posição periférica se inverte em relação a outros países: o Brasil tem sido um polo de atração de estudantes e pesquisadores de países africanos (Finardi, 2022).…”
Section: Internacionalização E Produção Científica Nacionalunclassified
“…Nas relações de internacionalização do conhecimento científico, observam-se as marcas do que Fabrício Neves denomina processo de periferização (Neves, 2020). Assumir um lugar periférico na hierarquia significa, na prática, aprender com os países vistos como centrais; significa buscar em outro lugar o que não sabemos aqui, ou que é visto como aquilo que nos "falta" (Ferreira, 2019). Por outro lado, essa posição periférica se inverte em relação a outros países: o Brasil tem sido um polo de atração de estudantes e pesquisadores de países africanos (Finardi, 2022).…”
Section: Internacionalização E Produção Científica Nacionalunclassified
“…O ambiente mais amplo, no qual a prática científica está estruturada, é aquele que promove a diferenciação simbólica entre ciência do centro e da periferia. De forma esquemática, ao se considerar fazendo ciência na/da periferia, o cientista se coloca mais como receptor que como produtor de ciência, e seu exercício consiste em acompanhar o que fazem no "centro" (Neves, 2020); sua sensação é de "falta" (Ferreira, 2019). Nesses contextos, o conhecimento científico produzido é julgado inferior, considerando um universo difuso de superioridade que, muitas vezes, não se sabe onde está nem o que é.…”
Section: Alguns Aspectos Da Nova Diferenciação Centro/periferia Nas C...unclassified
“…U ma literatura crescente (Alatas, 2003;Anderson, 2002;Burris, 2004;Ferreira, 2019;Neves, 2020) vem analisando os aspectos que implicam a diferenciação entre ciência do centro e da periferia. As mais recentes vão além da análise das questões macrossociológicas imbricadas na estrutura econômica desigual do sistema capitalista (Cepal e teorias da dependência, marxistas ou não), ressaltando também os recursos simbólicos que criam as dinâmicas de atenção e ignorância reforçadoras de hierarquias.…”
Section: Introductionunclassified
“…Por meio da visibilidade concreta da infraestrutura tecnocientífica, o centro da ciência é, geralmente, indicado. Tudo o que se coloca em desalinho com aquela estrutura de bancadas, pipetas, cabos, máquinas e aceleradores de partícula é lido como potencialmente incapaz de acompanhar o suposto núcleo avançado do desenvolvimento científico e tecnológico, ainda que não se considere os resultados concretos nem dos equipados laboratórios centrais ou daqueles periféricos, supostamente "em falta" (Toledo Ferreira, 2019). Nesse sentido, a infraestrutura é tornada como um indicador de atraso ou avanço científico sem que, no entanto, tenha qualquer relação com o que de fato é produzido nesses espaços, sejam "centrais" ou "periféricos" (Calkins, 2021;Ureta, 2021).…”
Section: Infraestrutura E Hierarquizaçãounclassified