“…Nesse esteio, a vida religiosa tem, por sua vez, expandido sua atuação sobre esferas políticas a partir da flexibilização do arcabouço simbólico que ancora o sagrado. Paralelamente a tal processo de flexibilização simbólica proveniente da Igreja, Motta (2001) observa que as organizações econômicas têm se tornado uma espécie de religião laica, atualizando elementos da esfera do sagrado, tais como valorização do esforço e do sacrifício, da perseverança e da integridade, para mascarar relações de trabalho que objetivam maximizar o capital econômico das organizações. Nesse sentido, no presente trabalho, parte-se do estudo das práticas da Igreja Católica que operam no limiar simbólico entre sagrado e profano, visando trazer insights para o campo dos estudos organizacionais como um todo e entendendo que as organizações são espaços em que a manipulação simbólica ocorre de forma cada vez mais intensiva, direcionando as práticas cotidianas dos indivíduos nelas inseridos (Wood Jr., 2000).…”