2003
DOI: 10.1590/s0104-59702003000500004
|View full text |Cite
|
Sign up to set email alerts
|

A hipótese vacinal: por uma abordagem crítica e antropológica de um fenômeno histórico

Abstract: A partir de uma visão crítica sobre as interpretações correntes a respeito da história da vacinação, seja na vertente negativa seja na linha triunfalista, o artigo chama a atenção para a complexidade do fenômeno vacinal, revelada ao se adotar uma perspectiva que combine as ciências biológicas e sociais. Na perspectiva de uma antropologia das vacinas e da vacinação é possível revelar as múltiplas facetas históricas e geográficas de uma história aparentemente única, e se interrogar a respeito da unidade caleidos… Show more

Help me understand this report

Search citation statements

Order By: Relevance

Paper Sections

Select...
2
1
1
1

Citation Types

1
2
0
27

Year Published

2009
2009
2024
2024

Publication Types

Select...
5
3

Relationship

0
8

Authors

Journals

citations
Cited by 28 publications
(30 citation statements)
references
References 10 publications
(4 reference statements)
1
2
0
27
Order By: Relevance
“…The study's findings corroborate the deconstruction of the view of vaccines/vaccination as univocal, timeless, and ahistorical 27 . On the contrary, vaccines display multiple facets whose reproduction and perpetuation of norms and different reactions reinforce vaccination as a human and social construct, thus relational and socially and historically contextualized 25,28 .…”
Section: Final Remarkssupporting
confidence: 78%
“…The study's findings corroborate the deconstruction of the view of vaccines/vaccination as univocal, timeless, and ahistorical 27 . On the contrary, vaccines display multiple facets whose reproduction and perpetuation of norms and different reactions reinforce vaccination as a human and social construct, thus relational and socially and historically contextualized 25,28 .…”
Section: Final Remarkssupporting
confidence: 78%
“…Dentro desse contexto, é possível perceber que a educação sanitária e melhora da infraestrutura podem se caracterizar como uma alternativa para minimizar a prática compulsória da vacinação em massa e evitar novas disseminações de doenças, garantindo a promoção da saúde (15).…”
Section: Resultados E Discussõesunclassified
“…Contudo, enquanto a maior parte da população brasileira não tiver melhor acesso aos bens culturais e aumento do seu nível educacional, as campanhas de vacinação representarão a melhor pos-sibilidade de, em um curto período, realizar o que não se consegue em alguns anos sem a formação de uma consciência sanitária (15).…”
Section: O Papel Do Estado E Os Aspectos Socioeconômi-cos Da Vacinaçãounclassified
“…A vacinação antivariólica no país foi declarada obrigatória por lei em 1837 para crianças e em 1846 para adultos; prática, porém, que não foi cumprida neste século por falta de condições técnicas (principalmente referente à produção insuficiente), de logística e má aceitação da população frente à ideia de inoculação em seu corpo do vírus que causa a doença (Porto, 2003). Diante de uma epidemia de varíola que afligia a então capital federal em 1904, a cidade do Rio de Janeiro, Oswaldo Cruz (na época Diretor Geral de Saúde Pública, cargo hoje correspondendo ao de Ministro da Saúde) e sua comissão reinstauraram a obrigatoriedade da vacina antivariólica e a instituíram de forma compulsória, que culminou na Revolta da Vacina (Porto, 2003;Moulin, 2003;Sevcenko, 1993).…”
Section: O Universo Da Vacina E Os Movimentos Anti-vacinaçãounclassified
“…Para além de uma rejeição à vacina ou ao modo autoritário em que foi realizada, ela foi explorada por grupos oposicionistas ao Governo de Rodrigues Alves, sobretudo aqueles a favor de Floriano Peixoto (jacobinos ou florianistas) e os monarquistas, que viram na reação popular uma oportunidade de golpe. Além dos interesses políticos, são relatadas questões de ordem moral como a baixa aceitação da exposição de parte do corpo das mulheres aos agentes da vacina, ferindo a virtude da mulher e a honra do chefe de família; de ordem socioeconômica, como a pobreza e o alto índice de desemprego e como resposta à postura autoritária da reforma urbana no centro do Rio de Janeiro que discriminou a população mais carente (Sevcenko, 1993;Moulin, 2003;Cukierman, 2007).…”
Section: O Universo Da Vacina E Os Movimentos Anti-vacinaçãounclassified