A Familia Frente Aos Aspectos Do Câncer

Abstract

A família tem significativa importância nos cuidados com o paciente carcinomatoso, atuando como alicerce e proporcionando conforto emocional, uma vez que age com solidariedade. O presente artigo objetiva construir uma referência teórica representativa das mudanças ocorridas no contexto familiar após o diagnóstico da doença. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, realizada por meio da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) nas bases de dados Scielo, Lilacs e Medline. A delimitação de período de publicação foi de 2000 até 2014. A pesquisa foi realizada no período de abril a junho de 2015. Os descritores foram: relações familiares; neoplasias; morte. A literatura aponta que a harmonia familiar é abalada frente à perspectiva do câncer para com um dos seus membros. Com isso pode-se concluir que a família tem um papel fundamental no desenvolvimento da convicção do paciente de que o tratamento é eficaz, podendo se transformar em um aliado forte e poderoso nesse contexto.

Perception of Oncogeriatric Patients on Family Functionality

“…No entanto, a famí-lia atua no desenvolvimento da convicção do paciente de que, mesmo diante dos agravos e efeitos colaterais, o tratamento é um aliado forte e poderoso para a cura do câncer. 20 A possível escolha de não continuar o tratamento é associado pelos familiares a como escolher a morte, por isso, na maioria das vezes não respeitam a autonomia do idoso em relação a essa decisão. Os depoimentos de P13 e P21 demonstram que a decisão de continuar o tratamento é influenciada pelo desejo dos familiares para que não abandonem o cuidado.…”

“…21 Conforme se verifica nas falas de P10 e P11 e é reiterado na literatura, um cuidado que não descaracteriza a figura do idoso como membro da família e detentor de autonomia faz com que este perceba que o aumento da preocupação familiar em relação aos seus cuidados seja sinônimo de carinho e atenção. 20 Ademais, pode constituir fator de aproximação entre os membros familiares. Estudo realizado em Pernambuco com 83 indivíduos com câncer informou que após o adoecimento os indivíduos perceberam mais apoio, preocupação e presença familiar; as famílias apresentaram comportamento de flexibilidade em situações complexas, adequando-se às novas exigências impostas pela doença e se reorganizando para fornecer a ajuda adequada.…”

Experience of Families Facing Cancer in Palliative Care

“…From diagnosis of cancer, the path of an uncertain, painful and prolonged treatment for patients begins, which often weakens families and future plans. Illness causes destabilization of family dynamics and suffering to its members, since families affects individuals' health, and individuals' health affects families [2][3] .…”

“…Given the terminality, families suffer together with the sick person and, in view of changes in the health of one of its members, all the other members are affected, configuring it as essential that it be included in the care process, as a significant part of cultural, personal and subjective contexts 3,7 . In this sense, evidence indicates that situations of illness due to neoplasms alter family dynamics and tend to be enhanced when the available treatments do not have a therapeutic effect 8,9 , triggering ambivalent feelings related to loss, fear of seeing relatives' suffering and decay, impotence, guilt, and attempt to repair 9,10 .…”